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quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Fenadados negocia dias parados de mobilizações que não organizou. Serpro exige compensação integral

Em uma negociação de faz de conta na tarde dessa quarta-feira (25/9), a direção do Serpro e a Fenadados não avançaram em nada na negociação dos dias parados durante a campanha salarial 2013/214. Conforme registrado pela Fenadados na ata da 8ª Mesa de Negociação entre as duas partes: (http://www.fenadados.org.br/artigo/ver/id/4367/0/dias_parados__serpro_se_mantem_intransigente_e_determina_compensacao_integral). 

Chama a atenção que a Fenadados esteja tratando do abono de paralisações que não mexeu um único dedo para que acontecessem. Praticamente, todas as mobilizações feitas durante a campanha salarial para pressionar a direção do Serpro a avançar nas negociações foram organizadas pelos sindicatos e OLTs que constroem a FNI (Frente Nacional dos Trabalhadores em Informática), OLTs parceiras e os estados de Pernambuco e do Pará. A Fenadados, inclusive, fez manobras para esvaziar esses protestos.

É esperado que a federação, que fez de tudo para evitar “atritos” com a direção do Serpro e com o governo federal durante a campanha, não se esforce em evitar que os trabalhadores sejam penalizados. Afinal, se fosse por ela, não teriam acontecido as mobilizações, visto que em alguns estados seus sindicatos não realizaram sequer assembleia com os trabalhadores.

A direção do Serpro na ata, diz hipocritamente que “as horas paradas implicam em interrupção dos trabalhos em andamento, ocasionam impactos para a empresa e fazem com que o SERPRO busque meios e condições para garantir a continuidade dos trabalhos e o atendimento das demandas e serviços a seus clientes e à sociedade como um todo". As dezenas de assessores da diretoria e mais as trocentas caixinhas criadas para os amigos não fazem mal para a sociedade, mas a luta dos trabalhadores faz um mal terrível!

E o que faz a federação, perante a mais uma afronta da direção da empresa? Diz: “A representação dos/as trabalhadores/as espera que a empresa repense sua postura intransigente e, que até a data prevista para a assinatura do Acordo Coletivo de Trabalho 2013/2014, apresente uma nova solução que não seja a compensação de 100% dos dias parados”. Somente fica na espera. Não organizou os trabalhadores para se mobilizarem, nada. E ainda mantém a data para assinatura do acordo coletivo. 

A FNI já comentou que nenhum sindicato ou federação minimamente confiável marcaria data de assinatura de acordo coletivo sem, antes, tratar das paralisações. Mas estamos falando de confiabilidade - coisa que os sindicalistas da Fenadados, que há tempos não representa os trabalhadores, não têm.

O que farão os sindicatos filiados à Fenadados cujas bases fizeram paralisações, e que participaram como observadores nesta reunião de "negociação"? O que a base desses sindicatos fará? O que faremos todos nós, trabalhadores, que não aguentamos mais tantas traições; puxadas de tapete; desrespeito à decisão da maioria, que rejeita propostas da empresa, mas que a federação aceita?

Mais uma vez, a direção do Serpro e a Fenadados tentam calar os trabalhadores, como fizeram na greve de 2009. Continuaremos aceitando isso novamente, colegas?

É hora de começar a preparar uma mudança profunda nas ações para as campanhas salariais. Se os trabalhadores não enfrentarem esses grupos encastelados, vamos seguir chorando o leite derramado, e eles rindo da cara da categoria. Comece pela organização e fortalecimento das OLTs, por reunir os colegas interessados em mudanças, por assembleias e reuniões na empresa, por questionar e enfrentar o sindicato - se ele não estiver com os trabalhadores.

É preciso dar um basta!

Sindicatos e OLTs que constroem a FNI

Um comentário:

  1. Federação pelega ou negociação sem representação dos trabalhadores?

    Trabalhadores do SERPRO em nível nacional, estão sem representação nos processos negociais, o que torna a empresa protagonista das campanhas salariais, onde dita as regras e o simulacro de representação, diz amém. Como se não bastasse, trabalhar durante todo o desenrolar da campanha salarial, deste ano, contra as iniciativas de mobilização dos trabalhadores, à FENADADOS, hoje apelidada de ferrados, concretizou mais um espetáculo degradante, ao concordar com a posição da empresa, em exigir a compensação dos dias parados, utilizando o argumento chulo, de que deve satisfação à sociedade.

    É surpreendente a cara de pau dos negociadores, não só os que nos representam, pois temos exemplos de negociações, muito mais acirradas no âmbito do governo, sem a imposição de compensação integral dos dias parados. O mais surpreendente, é o jogo de sena, quando a federação diz ter apresentado várias alternativas para negociar os dias parados, será? Como uma representação que faz de tudo para desmobilizar os trabalhadores tem legitimidade para reivindicar alguma coisa? São cinco anos de negociação onde as mesas têm um só lado. Patrão e pelegos combinam o resultado das negociações antes mesmos que comecem e as mesas são meras peças de ficção, que sempre terminam acumulando prejuízos para os trabalhadores.

    Precisamos encontrar urgentemente, uma forma de expulsar da categoria, estes pelegos que entulham os nossos sindicatos, se não conseguirmos, jamais teremos negociações sérias e respeitosas com a nossa categoria, principalmente no SERPRO, onde a pelegada tem nadado de braçada. Fora sangue sugas .

    Walter Reis
    Serpro Bahia

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