Em 2020, de forma autoritária, a filial Dataprev/RS foi incluída nas 20 unidades da empresa que foram sumariamente fechadas em nível nacional. Isso fez com que as agências do INSS desses estados deixassem de contar com o acompanhamento e suporte diretos em TI (Tecnologia da Informação), providos por uma força de trabalho dedicada, o que refletiu negativamente no atendimento a milhares de clientes da previdência social.
Como consequência dessa arbitrariedade, aproximadamente 500 trabalhadores, que efetivamente labutaram para a construção e manutenção dos serviços de tecnologia da informação da Previdência brasileira, acabaram sendo demitidos. O que acarretou efeitos devastadores nas vidas, famílias e demais relações dos atingidos por tal ação.
Pressão, dor, impotência, tristeza e incerteza subitamente inundaram corações e mentes de uma massa de trabalhadores sumariamente rebaixados a números e descartados como inúteis à “reestruturação” proposta pela empresa.
As consequências, como não poderiam deixar de ser, foram enormes à saúde física e mental de pessoas que dedicaram suas vidas, com esforço, profissionalismo e aplicação, à missão de excelência da Dataprev. Serem rejeitados e expulsos, da noite para o dia, da casa que ajudaram a construir foi a tragédia insuperável que assolou todos.
Inclua-se, neste quadro, o mal que também se abateu sobre aqueles que cederam à pressão para aderirem ao Plano de Adequação ao Quadro (PAQ), um programa de demissão voluntária que, como resultado emocional, equiparou-os aos mesmos pesares e consequências sofridos pelos demitidos.
Hoje, com um governo voltado às causas trabalhistas, nosso pedido é claro: ANISTIA NACIONAL para todos os empregados da Dataprev, que foram vítimas dessas manobras espúrias engendradas com clara intenção de privatização da empresa.
Desde a terrível realidade que se abateu sobre nós, há cinco anos, temos lutado, estadual e nacionalmente, para reverter tal perversidade e restabelecer a dignidade que merecemos.
Já conseguimos dar um passo importante: os demitidos da Dataprev foram incluídos como emenda no Projeto de Lei 1.189/2023, de autoria do deputado Túlio Gadêlha e outros, que busca a integração de trabalhadores da Eletrobras e suas subsidiárias demitidos sem justa causa. O relator desse PL é o deputado Rogério Correia (PT/MG). Esse é um primeiro passo, mas a nossa mobilização é urgente, pois a resistência também é forte.
Além disso, temos outra conquista significativa: o Projeto de Lei 2370/2024, de autoria do deputado Carlos Veras (PT/PE), que propõe a recontratação dos desligados por programas de incentivo. Isso é uma vitória parcial, mas ainda temos um longo caminho pela frente.
A luta continua!
Vamos seguir em frente, organizar a resistência e buscar reparação pela injustiça que vivemos!
Sindppd/RS e Comissão dos trabalhadores demitidos no Rio Grande do Sul
*Matéria divulgada no site do Sindppd/RS
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