Uma assembleia, com cerca de 1.500 pessoas trabalhadoras do Serpro de todo o Brasil pelo Zoom e Youtube decidiu, por ampla maioria, suspender a greve nacional que iniciou nessa 4ª feira (6/08). A decisão foi tomada numa reunião virtual de cerca de 4 horas, realizada durante a manhã de ontem.
A direção da empresa, após 3 meses sem apresentar proposta que atendesse às principais reivindicações da categoria, abandonou a mesa de negociação com a representação dos trabalhadores, ingressou com pedido de mediação e, logo a seguir, com dissídio econômico e de greve junto ao TST (Tribunal Superior do Trabalho).
A audiência de mediação (foto abaixo), que estava prevista para 18 de agosto por conta da greve, foi antecipada pelo TST e aconteceu na 3ª feira (5 de agosto). A representação dos trabalhadores apresentou 4 itens, os quais foram construídos nas assembleias: reposição salarial pelo INPC, mais 5%; participação da empresa no plano de saúde em 70%; igualdade de direitos para todos os trabalhadores; e reajuste no tíquete pelo INPC, mais 20%.
Com base nas propostas dos trabalhadores, os mediadores apresentaram uma proposta que continha acordo de 2 anos, com reposição da inflação pelo INPC e 1% de aumento real nos salários e no tíquete sem condicionantes; aumento da participação da empresa no custeio do plano de saúde; conversão, em pecúnia, de 30 dias ou das licenças prêmio acumuladas; e suspensão da greve. A direção do Serpro, reafirmando a sua intransigência, REJEITOU a proposta das mediadoras do TST e do representante do MPT, o que impediu que a mesma fosse levada para avaliação da assembleia dos trabalhadores. Ao final da audiência, o diretor da empresa ainda tentou obter, da representação dos trabalhadores, comum acordo para prosseguir com o dissídio coletivo, certamente com o intuito de levar o Acordo Coletivo para julgamento no TST. O que foi negado pela representação da categoria. O interesse dos trabalhadores, reafirmado na audiência, foi de continuar o processo de mediação no TST e construir uma solução para o impasse. Não temos interesse em julgamento do dissídio coletivo, pois coloca em risco o Acordo Coletivo, que é um patrimônio construído com muita luta, por várias gerações de trabalhadores. Na assembleia, a representação indicou a suspensão da greve, sem abandonar a luta por avanços, especialmente no plano de saúde. Vários colegas falaram, além das incontáveis manifestações pelos chats. Muitos colegas demonstraram sua indignação com a direção do Serpro, que aumenta em 15% seu próprio salário, mas quer repassar uma mixaria aos trabalhadores e nega que a empresa custeie mais o plano de saúde, uma das principais reivindicações da categoria. No final, foi feita uma votação virtual com quase 900 votantes, em que 72% optou pela suspensão da greve e de buscar a mediação junto ao TST; 22% pela manutenção da greve; e 6% de abstenção. Com a decisão, a categoria segue em ESTADO DE GREVE, podendo chamar a retomada da greve se for necessário. Foi deliberado, também, pedir a continuidade da mediação no TST. Será mais uma oportunidade para que a direção do Serpro, se REALMENTE tiver proposta para avançar no plano de saúde, que apresente de uma vez por todas. Também já ficou marcada uma ASSEMBLEIA NACIONAL para o dia 15 de agosto para repassarmos os informes à categoria. Nossa união, neste momento complexo, mostra a força da organização das pessoas trabalhadoras do Serpro. Precisamos seguir junt@s e mobilizados!
Sindppd/RS, Sindpd/SC, Fenadados e sindicatos filiados
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