Debate sobre conjuntura política e econômica |
A primeira atividade do encontro da FNI apimentou a discussão entre os trabalhadores e sindicalistas da área de TI (Tecnologia da Informação). Puerro fez uma breve análise da crise financeira e do fim do atual ciclo do capital - que iniciou na década de 90 com o Neoliberalismo e encerra com a crise instalada a partir de 2008. Este ciclo se baseou na flexibilização dos direitos dos trabalhadores e da população em geral, contando para isso com a ajuda de muitos sindicatos.
O sindicalista considera que o cenário atual é subproduto da crise financeira de 2008. No entanto, diferentemente de há quatros anos atrás, os governos hoje não têm mais dinheiro para salvar bancos e empresas, como anteriormente. O endividamento mundial das pessoas e dos governos chega a corresponder a 10% do PIB mundial (Produto Interno Bruto), mas pode chegar a 25%. Outra diferença é que, se em 2008 o centro da crise eram os Estados Unidos, a bola da vez é a União Européia.
Abertura do encontro. Na foto, em pé, trabalhadores do RS, SC, RJ, BA, SE, SP e Brasília |
Para a população e os trabalhadores, a forma de o capital enfrentar a sua crise e manter a sua margem de lucro os afetam diretamente, diz Mauro. Atualmente o salário médio está estagnado nos países centrais, mas os economistas prevêem que deve reduzir. Pela primeira vez, desde 1948, os jovens serão mais pobres do que a geração anterior, os seus pais. O sindicalista também alerta para os ataques à Previdência e a redução do acesso gratuito à educação.
Brasil: Em nome da crise e do pagamento da dívida, mais arrocho para os trabalhadores
No país, o pagamento da chamada dívida pública é o que vem custando caro aos trabalhadores. O governo de Dilma Rousseff cortou recentemente R$ 50 bilhões no orçamento. Corte maior do que o feito pelo Governo Lula em 2008. Ao mesmo tempo, no ano passado, 49,16% do orçamento da União (praticamente a metade) foi destinado ao pagamento da dívida pública – tendência que deve prosseguir em 2012, em que a previsão é de destinar 48% do orçamento para a dívida.
Para os trabalhadores, especialmente os servidores e funcionários públicos – entre eles, o Serpro e a Dataprev, a política do governo federal deve ser dura, de arrocho salarial. Para implementar esta política, alerta o sindicalista, o governo irá contar com os sindicatos “parceiros”, que já deixaram há tempos de representar os interesses dos trabalhadores. Mas também resistência dos trabalhadores, como a FNI. “As categorias que mais se mobilizaram e mantiveram a independência, mais conquistaram. Nesse aspecto, a organização independente será fundamental nesse período”, avalia Puerro.
Fotos: Daniel Silveira/ Sindpd-SC
Fotos: Daniel Silveira/ Sindpd-SC
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