A direção da Dataprev sabia que poderia haver mobilizações nos estados -
a exemplo da grande greve que a pegou de surpresa em 2011 - e resolveu colocar
2% de ganho real dentro da tabela do Plano de Cargos e também no adicional
atividade. Sabemos que é insuficiente e que poderíamos arrancar mais. Isso
aconteceu após vários meses de negociação, sem nenhuma ação concreta da
Fenadados junto às bases. E agora, quase
quatro meses após o início da campanha, a Fenadados tira da cartola e tenta
enfiar goela abaixo da categoria um indicativo de dissídio econômico, sem que
tenha construído qualquer forma de mobilização.
É mais uma postura arrogante de dirigentes que se
mostram cada vez mais incapazes de representar suas bases. Essa decisão de
gabinete se apoia, mais uma vez, no famigerado Pacto Federativo, usado pela federação
e seus aliados para manobrar os trabalhadores, segundo os seus interesses
partidários e as brigas por cargos no governo - desta feita, indicando um
dissídio que no ano passado eles próprios tentaram derrotar, assim como fizeram
com a forte greve da categoria.
As bases da BA, SP, SC, RS, SE e RJ disseram não ao indicativo
da federação. As bases da Dataprev da PB e do CE foram proibidas de deliberar,
e o argumento é de que não podem decidir porque rejeitaram dar a procuração
para a Fenadados. Tudo isso porque estão preparando para que entre em ação o
Pacto Federativo. O dado interessante é que os sindicatos desses estados são
filiados à Fenadados, e os diretores desses sindicatos vão aos comandos, mesas
de negociação etc. Não tem mais limites para suas posturas!
Fenadados se negou a unificar a Campanha Salarial
para derrotar a Dataprev
A Fenadados preferiu entregar uma pauta com três itens para a
empresa, em que não constava nem mesmo a garantia de emprego, apesar das mais
de setenta demissões feitas no início do ano. Os trabalhadores mostraram que
queriam unidade desde o início; responderam positivamente à enquete da FNI, em
que mais de 83% disseram que queriam a participação de todas as entidades nas
negociações da Campanha Salarial. Mas infelizmente, negou-se a construir
a unidade com todos os sindicatos, OLTs e ANED. Agora está em
silêncio, mas sabemos que apesar de não representar a vontade da
maioria dos trabalhadores, pode continuar agindo contra a categoria.
Advogado da Fenadados é também defensor de acusados
no mensalão
Como se não bastasse os vários problemas já apresentados pela direção da
Fenadados, na última semana tivemos conhecimento de que o advogado da federação
esteve no STF (Supremo Tribunal Federal) fazendo sustentação oral para defender
um dos acusados no esquema do mensalão.
Reestruturação nas Unidades Regionais (URs)
A Dataprev, ao longo da sua história (tecnológica,
política e de gestão), realizou diversas reestruturações contextualizadas, visando
compatibilizar processos de trabalho, serviços, produtos e o alinhamento no
modelo de gestão.
Estranhamente, no atual governo do Partido dos
Trabalhadores (PT), nos deparamos com as mesmas práticas de gestão de pessoas
adotadas em governos anteriores (Collor e FH): DEMISSÕES e extinção de postos
de trabalho sem o devido planejamento para novas atividades. Novamente, a
direção da empresa atropela os trabalhadores, desrespeitando o conhecimento
acumulados por seus funcionários e adotando uma nova modalidade de
discriminação - a segregação laboral.
Como trabalhadores exigimos, no mínimo, que o
processo ocorra de forma transparente e que os trabalhadores sejam ouvidos por
meio de suas representações, sindicatos, OLTs e federações, e que não ocorram
demissões.
Sindicatos e OLTs que constroem a FNI
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