Poucas assembleias, zero de mobilização, inércia das representações e da Dataprev no tocante a negociar e fechar um Acordo Coletivo de Trabalho. Para completar, uma decisão de cúpula da Fenadados resolve, contra a vontade da efetiva maioria dos empregados, levar a categoria para um dissídio coletivo que, em outros tempos, a própria corrente política que comanda a federação e grandes sindicatos, como o Sindpd-RJ, tentou sempre evitar, e em cenários de forte mobilização dos trabalhadores.
A Campanha Salarial 2012/2013 vai ficar marcada, negativamente, pela apatia originada de anos de agressões e injustiças praticadas pela gestão Rodrigo Assumpção/Janice Brutto contra os trabalhadores e suas representações. Mas também pela própria falta de credibilidade e de ação, mesmo, da Fenadados e seus sindicatos aliados para mudar o quadro a favor dos trabalhadores da Dataprev.
Sobre essa falta de credibilidade da federação, na condução do processo negocial, não dá para deixar de lembrar de algumas “façanhas” que levaram inclusive que fosse organizada, em vários estados, uma frente de representações, a Frente Nacional dos Trabalhadores em Informática (FNI). Representações estas, que não creem mais que a estrutura da Fenadados permita aos trabalhadores se organizarem, com independência e autonomia, para enfrentar seus patrões – no caso da Dataprev o Governo Dilma, apoiado pelos dirigentes da federação e de sindicatos aliados, como o Sindpd-RJ. A maior dessas “façanhas”, sem dúvida nenhuma, é o uso oportunista do instrumento conhecido como “pacto federativo”: de acordo com a conveniência da hora, o voto de um estado vale e o de outro não; faz-se assembleia para dar uma procuração ou aprovar uma proposta ou não se faz.
Depois de uma Campanha Salarial invisível e “acompanhada” somente pela cúpula dos sindicatos e da Fenadados – quem era contrário à atual política da federação era excluído das mesas de negociação, caso da Aned e dos sindicatos não filiados à Fenadados –, eis que surge como solução para todos os problemas dos trabalhadores da Dataprev jogar a decisão sobre as nossas condições de trabalho nas mãos do Judiciário, antes alcunhado por eles mesmos de “Justiça Burguesa”. Isso sem ter proposto qualquer plano de lutas ou movimento, ao longo de toda a Campanha Salarial. Sem ter, aliás, sequer apresentado uma pauta de reivindicações que contemplasse além de três itens econômicos.
O que aconteceu, para chegarmos até o TST? Simples, muita briga interna no próprio partido deles. Na Dataprev, o estopim teria sido a atitude unilateral da Empresa de reajustar a tabela salarial em 2%, em uma clara intenção, da parte da gestão neoliberal petista de Rodrigo Assumpção e Janice Brutto, de mostrar quem manda, ignorando inclusive os parceiros da Federação na gestão do Serpro, cujos trabalhadores ficaram a ver navios até mesmo nos 2%.
Levar uma categoria, por interesse político-partidário, para um dissídio coletivo. Parafraseando Lula, "nunca, na história” das nossas lutas, as representações se ausentaram tanto da vontade da base, quanto neste momento. Em estados como CE e PB, os trabalhadores sequer foram ouvidos. Mas o voto para ir a dissídio está lá, na conta do Pacto Federativo da Fenadados. Em SP, o golpe veio via procuração – aquela mesma que a Fenadados e seus asseclas diziam ser desnecessária votar, no início da campanha que não existiu. Por esses e outros motivos, lutaremos contra esse dissídio que pode prejudicar e abalar ainda mais a autoestima dos trabalhadores da Dataprev, haja vista que conhecemos a gana da gestão neoliberal PeTista de Rodrigo Assumpção e Janice Brutto quando o assunto é diminuir conquistas e desprezar direitos dos dataprevianos.
Estamos CONTRA O DISSÍDIO COLETIVO. Você, trabalhador da Dataprev. Assine nosso Abaixo-Assinado e diga NÃO ao Dissídio Coletivo da Fenadados.
OLT – Álvaro Rodrigues (RJ)
Elizabeth Spingola (presidente da Aned)
José Carlos Mendes Fonseca (Oposição Sindpd-RJ)
Rozângela Barbosa da Silva (Oposição Sindpd-RJ)
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