Em nenhum momento da reunião a federação falou sobre a contraproposta que foi tirada em alguns estados; ela manteve na mesa a proposta que permanece com as perdas no poder aquisitivo dos tíquetes, o valor rebaixado na creche e nada de ganho real. Cabe citar que a Fenadados e a maioria de seus sindicatos vetaram a proposta deliberada pelos trabalhadores do RJ, de registrar na ata da negociação o repúdio à punição aos colegas de Santa Catarina.
Embora as propostas deliberadas por vários estados não tenham sido contempladas, um fato importante, reivindicado e deliberado por várias assembleias, acabou sendo acordado: o abono total das paralisações, item relevante para todos os trabalhadores que se mobilizaram.
Não aceitaremos diferenciação entre os trabalhadores que se mobilizaram
Estaremos atentos na assinatura do acordo (dia 09/09) para a possibilidade de aparecer alguma diferenciação em relação aos trabalhadores de estados desfiliados, como SC e RS. Se isso acontecer, como em 2013, com certeza a categoria dará uma resposta bem firme a essa retaliação.
Negociação sobre o acordo do registro de frequência sob pressão das bases
Em relação à negociação do registro de frequência, a Fenadados e o Serpro tiveram que reconhecer, ao menos em parte, a contraproposta dos trabalhadores. Em relação à cláusula 8ª, em seis estados (BSB, RJ, SC, BA, RS e PR) deliberou-se por exigir que não só a federação mas também os sindicatos estaduais têm o poder de atuar. Vejam como ficou o Parágrafo Único do acordo: Parágrafo Único – Aos sindicatos estaduais, será assegurado, através de seus representantes, o acesso às informações de sua base territorial de representação, nos termos do caput.
Mas o direito à flexibilidade poderá estar em risco, pois na cláusula que prevê o uso da mesma, existe a palavra eventual e deixará a critério da chefia a sua utilização. Vejam a redação final: Cláusula 4ª - O empregado submetido à jornada de trabalho de 08 (oito) horas diárias poderá utilizar, eventualmente, a flexibilidade de horários. No contraditório, a utilização ficará a critério da chefia imediata. Outro retrocesso que negociaram neste acordo é o fim da possibilidade dos trabalhadores terem o ponto por exceção, um direito que existia no Serpro desde os anos 90.
Mesmo com todo o teatro nas negociações entre Serpro e Fenadados, empresa e federação tiveram que dar o braço a torcer. No entanto, isso só aconteceu porque os trabalhadores resistiram. Mais do que nunca é necessário parabenizar os colegas dos estados que resistiram até o fim, rejeitaram a proposta do Serpro e da Fenadados e apresentaram contrapropostas.
As OLTs e sindicatos que constroem a FNI e as entidades parceiras ficaram animados com a mobilização de diversas regionais, inclusive cujos sindicatos são filiados à Fenadados, durante a campanha salarial. Queremos, cada vez mais, organizarmos ações e estarmos juntos com os trabalhadores, sempre em movimento por melhores salários e condições de trabalho.
Temos pela frente o desafio de reforçar a luta pela participação de todos os sindicatos nas mesas de negociação. A atitude da empresa e da Fenadados em não permitir que a democracia prevaleça e que a base de cada estado decida quem deve lhes representar já passou do absurdo e está fora dos padrões de outras categorias. Temos que dar um basta a essa atitude.
Outra questão relevante é a construção da unidade dos trabalhadores do Serpro em todo o país e a retomada das mobilizações em todos os estados nas próximas campanhas. Afinal, a luta pelas nossas reivindicações vale a pena.
Esse é um dos motivos porque a FNI foi criada e tem trabalhado: para seguir na luta. E queremos estar junto dos colegas que aceitam essa empreitada!
OBS.: Quando encerrávamos esta matéria chegou a notícia de que os trabalhadores de SC, por meio do Sindpd/SC, ganharam liminar que garante o não desconto das paralisações por conta da jornada única de 6h. Parabéns, bravos colegas de SC e a todos que de uma forma ou outra resistem aos desmandos da direção do Serpro, com a conivência da Fenadados.
OLTs e sindicatos que constroem a FNI e entidades parceiras
Nenhum comentário:
Postar um comentário