SERPRO: Assinatura do Acordo Coletivo encerra campanha salarial, mas não a luta. Precisamos seguir mobilizados!

Sindicatos ligados à FNI (Sindppd/RS, Sindpd/SC e diretores do SERPRO do Sindados/BA ), FENADADOS e direção do SERPRO se reuniram, nessa quarta-feira (11/05) em Brasília, para fazer a assinatura do Acordo Coletivo de Trabalho 2016/2017 (ACT). Por unanimidade, as regionais e escritórios da empresa aceitaram o reajuste salarial e dos benefícios pelo IPCA (9,28%). Importante registrar que o Sindpd/AL, que é parceiro da FNI, também realizou assembleia aprovando os mesmos encaminhamentos do RS, SC e da BA.




FENADADOS alterou a cláusula da OLT contra a vontade da maioria dos trabalhadores

Em relação às alterações da Cláusula 27 propostas pela FENADADOS, que subordinam as OLTs aos sindicatos tirando toda sua autonomia, infelizmente foram impostas pela federação mesmo sem o apoio da grande maioria dos trabalhadores. RS e SC, que são da FNI, votaram contra a alteração; dos estados filiados à FENADADOS, DF, MG, BA e CE votaram contra a alteração. Somente as assembleias das regionais de PE e PA votaram a favor das mudanças.

Importante citar que o escritório de AL, que atua junto à FNI, também foi contrário à alteração da cláusula 27, que tira a autonomia das OLTs. No Rio de Janeiro, mais uma vez o Sindpd/RJ, braço direito da FENADADOS e que tem atacado constantemente a OLT/ RJ de fato, sabendo da derrota que teria usou da manobra política e fez assembleia longe dos locais de trabalho para impor sua vontade. Ao invés de fazer as assembleias nas portas da empresa, como ocorreu EM TODO O PAÍS, o sindicato do RJ fez a assembleia na sede do sindicato para derrotar a categoria.

Os estados de SP e PR não deliberaram, pois existe uma disputa judicial sobre o direito à negociação da nova federação (FEITTINF).

A cláusula 27 foi alterada, mas não devemos nos sentir derrotados. Afinal, os trabalhadores, historicamente, constroem seus instrumentos de organização, de resistência e de luta. Não é submetendo as OLTs aos sindicatos que a FENADADOS conseguirá calar ou imobilizar os trabalhadores do SERPRO.

Assembleia de final da campanha salarial na Regional Salvador (Bahia)

Pendências que ficam da negociação do ACT 2016/2017

Após a assinatura do Acordo Coletivo, foi realizada uma reunião para tratar dos assuntos pendentes que ficam sem definição e para além da Campanha Salarial.

CLIQUE AQUI para ver a ata da reunião




São os temas:

# Alteração na Cláusula 11 – Atestado de Acompanhamento: passará a valer quando o novo sistema de registro de controle de frequência for implementado, o que deve ocorrer, de acordo com a empresa, até o final deste ano.

# Adoção da licença-paternidade de 20 dias: passa a valer a partir do dia da assinatura do ACT 2016/2017 (11/05/2016). Situações que ocorreram entre os dias 1º e 10 de Maio serão avaliados pela empresa.

# Prorrogação para gozo das APPDs: a direção do SERPRO concordou em prorrogar o prazo de gozo das APPD’s relativas ao ACT 2015/2016 para até 30/07/2016.

# Comissão Paritária para a Redução da Jornada de Trabalho: foi acordada a continuidade dos trabalhos dessa comissão, prorrogando o prazo por mais 6 meses para conclusão e entrega do relatório, que será encaminhado para deliberação da direção da empresa. Ficou previsto que qualquer alteração na continuidade dos trabalhos da comissão deverá ser acordada entre as partes. A próxima reunião ficou definida para 7 de Junho deste ano.

# Abono das horas da greve de 2015: Não houve resposta por escrito da empresa em relação ao pedido dos trabalhadores de que sejam abonados os dias da greve de 2015. A direção do SERPRO disse, na ocasião da assinatura do ACT, que estava estudando a possibilidade.




Acabou a campanha salarial, mas não a luta. 
Precisamos seguir mobilizados, colegas do SERPRO!

A proposta econômica, de reajuste salarial e dos benefícios pelo índice inflacionário (IPCA) , não é ruim perante a retração econômica vivida no país. No entanto, sabemos que as perdas salariais da nossa categoria não foi recuperada.

Nossa reivindicação pela redução da jornada de trabalho para 6h diárias sem diminuição dos salários ainda não foi conquistada. E se antes no governo Dilma, que dizia ser dos trabalhadores, já se tentou precarizar o SERPRO, agora no governo Temer, que quer cortar custos de todo jeito, reduzir a “máquina pública” e fazer parcerias com a iniciativa privada, essa possibilidade não deve ser descartada.

Portanto, nossa luta, a dos trabalhadores, prossegue. Precisamos nos manter em alerta e organizados!



OLTs e sindicatos que constroem a FNI e entidades parceiras