Componentes da Frente

FNI - Frente Nacional dos Trabalhadores em Informática {APOIAM ==> SINDPD/SC; SINDTIC/SE; OLT SERPRO/BA; OLT SERPRO/RJ; OLT Dataprev/SP; OLT Datraprev/RS; OLT SERPRO/RS; SINDPD/RS }

O Que é a FNI

A FNI é o instrumento alternativo de organização e de luta que os trabalhadores de TI do Brasil estão construindo. Uma frente que defenda os interesses dos trabalhadores e independente de governos e das empresas.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Trabalhadores do Serpro e da Dataprev lançam a FNI em Santa Catarina

Trabalhadores do Serpro e da Dataprev de Santa Catarina aprovaram, em assembleias realizadas na semana passada, a construção de uma campanha salarial alternativa dos e para os trabalhadores. FNI (Frente Nacional dos Trabalhadores em Informática) também já foi lançada no Rio Grande do Sul e na Bahia. Veja o relato das assembleias feito pelos trabalhadores de Santa Catarina.

NA REGIONAL SERPRO FLORIANÓPOLIS

Os trabalhadores do Serpro de Santa Catarina não se intimidaram com a ameaça de chuva que se vislumbrava e que acabou se confirmando no meio da assembleia realizada na manhã de quarta-feira passada (19/01). A parte coberta do estacionamento do prédio onde está localizada a regional, quase não deu conta de abrigar os quase 60 colegas, que para lá se deslocaram com o objetivo de debater e decidir sobre o processo de construção da FNI/Frente Nacional dos Trabalhadores em Informática.

Foi uma assembleia bastante representativa, em que aconteceu um debate democrático sobre as perspectivas e alternativas para a campanha salarial 2011 dos trabalhadores do Serpro e da Dataprev. Nossa assembleia também contou com a presença das assessorias jurídicas do Sindpd/SC e do Sindppd/RS, em que os trabalhadores puderam colocar suas dúvidas e ouvir os esclarecimentos sobre o que nos espera no próximo período. Para contribuir neste debate e relatar a experiência do Rio Grande do Sul, estava na assembleia o diretor do Sindppd/RS, Luís Sá.

Foram apresentadas avaliações dos últimos 8 anos da trajetória da Fenadados e sua postura de não encaminhamento dos interesses dos trabalhadores, que infelizmente, virou sua marca registrada com o carimbo do acordo da compensação da greve de 2009 que está destruindo a saúde dos trabalhadores. Foram ressaltadas também as perdas salariais acumuladas, que vêm desde a campanha salarial de 2003, em que o índice necessário para reajustar os salários daquele ano era mais de 18% e a Fenadados e seus aliados nos estados impuseram aos trabalhadores um ACT com 6% de reajuste somente. Foi uma vergonha para os trabalhadores.

A assessoria jurídica enfatizou o fato de que são os sindicatos que detêm o poder de representação dos trabalhadores e somente as assembleias convocadas para tal tem a condição de delegar ou não os poderes para outras organizações representá-las nas negociações da campanha salarial. Debatemos também sobre todas as dificuldades que vão se colocar nesse caminho, pois sabemos os inúmeros obstáculos que se interporão, mas o mais importante é que quando a categoria está decidindo os seus rumos não existe nenhuma força intransponível.

Mas uma frase colocada na assembleia deve ser lembrada por todos nós: o risco que corremos com esta iniciativa, é ganhar mais do que normalmente a direção da empresa e o governo "acertam" com a Fenadados e seus aliados.

Ao final votou-se quase por unanimidade, com apenas duas abstenções, a aprovação da construção de uma frente nacional, a FNI, que se fortalecerá a partir da adesão dos trabalhadores, pois hoje há um descompasso enorme entre o que quer a categoria e o que fazem a maioria dos dirigentes sindicais na nossa categoria. Estamos na construção de uma frente de sindicatos, OLTs e trabalhadores em todo o país.

DATAPREV/SC: FNI É UMA PORTA QUE SE ABRE AOS TRABALHADORES


Os trabalhadores da Dataprev Santa Catarina não se furtaram e atenderam o chamado da OLT e do Sindicato, para debater e decidir sobre o processo de construção da FNI/Frente Nacional dos Trabalhadores em Informática. A assembleia realizada na tarde da última quarta-feira (19/01) foi realizada no auditório da empresa.

Foi uma assembleia bastante representativa. Como ocorreu no Serpro na parte da manhã, na assembleia da Dataprev também estiveram presente as assessorias jurídicas do Sindpd/SC e do Sindppd/RS e o diretor do Sindppd/RS, Luís Sá, para falar sobre a experiência dos trabalhadores gaúchos.

Foi feita uma avaliação da política que a Fenadados vem implementando nos últimos 8 anos e suas repetidas traições aos interesses dos trabalhadores. Na Dataprev, esta postura da federação serviu para abrir caminho para diversos ataques da empresa. As alterações na Norma de Férias, a exigência de Laudos Médicos, o não pagamento da PPLR 2009 são só uma amostra desta política truculenta da direção da empresa.

Um colega da assembleia disse: a Fenadados é como se fosse uma porta, mas que nos últimos anos está fechada para os trabalhadores. Então resta-nos experimentar esta alternativa da FNI, que é uma porta que está aberta para nós, trabalhadores. E parodiando um conhecido parlamentar, que já ficou sabendo o que faz os parlamentares, que é auto-conceder polpudos reajustes, este colega falou: "pior do que está, não fica".

Também foram trazidos os exemplos de outras categorias importantes como petroleiros, bancários e trabalhadores dos correios, para reforçar a ideia de que vale a pena buscar caminhos alternativos, para que as legítimas aspirações dos trabalhadores sejam respeitadas e levadas às suas últimas consequências.

Ao final, votou-se por unanimidade, a aprovação da construção de uma frente nacional, a FNI, que se fortalecerá a partir da adesão dos trabalhadores. Estamos na construção de uma frente de sindicatos, OLTs e trabalhadores em todo o país. A FNI é uma frente que nasce com princípios muito firmes, que clama por democracia, respeito às decisões dos trabalhadores, pelo fim do pacto federativo e na defesa de cada trabalhador vale um voto nas assembleias.

Os comentários à saída da assembleia, eram no sentido de que um importante primeiro passo fora dado, que muitos desafios nos aguardam, mas que estamos no caminho certo.


Sindpd/SC e OLT/SC

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Oito questões sobre como organizaremos a Campanha Salarial 2011 sem a Fenadados

Colegas,

divulgamos a seguir oito principais questões que os trabalhadores do Serpro e da Dataprev de todo o país têm feito sobre a campanha salarial alternativa que sindicatos e OLTs estão organizando juntamente com a FNI (Frente Nacional dos Trabalhadores em Informática). São perguntas que abordam as principais dúvidas dos colegas: a possibilidade de fazer a campanha salarial sem a Fenadados, de como será organizada esta campanha salarial alternativa, se há perigo de os trabalhadores ficarem sem acordo coletivo, entre outros temas.


A FNI é uma construção real dos sindicatos do RS, SC e diretores sindicais da BA, além de várias OLTs, a fim de representar os interesses dos trabalhadores, diferentemente da atuação da Fenadados.
Reveja aqui mais informações sobre a FNI.


1 - Que entidades têm o poder constitucional de representação dos trabalhadores?


Segundo a Constituição Brasileira e a CLT, os representantes dos trabalhadores de uma determinada categoria são os sindicatos. O que acontece na campanha salarial, é que os sindicatos, por meio das assembleias podem ou não delegar, via procuração, essa representação para uma federação ou entidade assemelhada. Delegar a uma federação a condição de negociar a pauta numa campanha salarial é opcional; cada sindicato decide, por meio de sua assembleia no início da campanha salarial, se dará, por exemplo, à Fenadados este poder.


2 - É possível encaminhar a campanha salarial por meio dos sindicatos?


Por conta de uma realidade conhecida, nesse momento existe um repúdio dos trabalhadores à forma de atuação da Fenadados - desde as plenárias de abertura de campanha, em que já começam as atitudes pró-empresas, até o encerramento, com acordos fechados via “pacto federativo”. Por isso, alguns sindicatos e diretores sindicais dos estados do RS, SC e BA e OLTs de vários estados estão debatendo com a categoria a não repassarem a procuração para a federação e construir outra alternativa de encaminhamento da Campanha Salarial, com pauta de reivindicações decidida pelos trabalhadores e encaminhada para a empresa, respeitando a vontade da maioria da categoria. Neste sentido, no RS e na BA já foi lançada a FNI (Frente Nacional dos Trabalhadores em Informática) em assembleia dos trabalhadores. A FNI tem o propósito de unir os sindicatos e OLTs e ser o novo instrumento dos trabalhadores que não concordam mais com a atuação da Fenadados, para organizar e negociar, junto às direções das empresas, na campanha salarial já de 2011.
Fim do Pacto Federativo - Um trabalhador, um voto!

3 - Se cada sindicato pode negociar com as empresas, porque existe a Fenadados?


A Fenadados foi criada pelos trabalhadores a fim de ser um instrumento que reunisse os sindicatos em torno de uma pauta e de lutas comuns. Afinal, quanto maior a força dos trabalhadores, maior a pressão e o seu poder de negociação junto às empresas. No entanto, com o passar do tempo, a Fenadados se tornou uma estrutura burocrática e teve sua representatividade questionada, por não representar os interesses dos trabalhadores, mas sim interesses do governo e das direções das empresas. Um exemplo bem marcante que temos aconteceu na Dataprev, e também com a greve do Serpro em 2009, quando a Fenadados, frente à maioria dos sindicatos, que queria prosseguir com a paralisação, acabou com a greve e depois aceitou o Acordo Coletivo de dois anos por meio do pacto federativo. Do jeito que está, pouco conseguimos fazer na federação. Por isso, os sindicatos do RS, SC e diretores do Sindados/ Bahia, além de várias OLTs da Dataprev e do Serpro, estão se organizando para fazer uma campanha salarial em separado.


4 - Teremos uma única pauta de reivindicações?


Os sindicatos organizados em uma frente composta pelo RS, SC e diretores sindicais da BA (chamada inicialmente Frente Nacional dos Trabalhadores em Informática - FNI), organizarão a sua pauta de reivindicações de forma democrática por  meio das assembleias. A Fenadados e os sindicatos que delegarem o poder a ela deverão constituir a sua pauta de reivindicações. As negociações poderão se dar em uma única mesa ou mesas separadas, a depender do desenrolar da campanha, mas com cada uma apresentando a sua pauta para a construção de um acordo coletivo único.


5 - Existem exemplos de outras categorias que tem mais de uma pauta de reivindicações?


É o que acontece hoje com os petroleiros, que possuem a FUP (Federação Única dos Petroleiros, ligada à CUT - no setor de TI, corresponderia à Fenadados) e a FNP (Frente Nacional dos Petroleiros, composta por sindicatos da categoria que não concordam com a FUP). A FUP e a FNP já realizaram campanhas com mesas separadas, cada uma negociando com a Petrobras; bem como tiveram campanha em que negociaram juntas com a empresa.


6 - Como se dará o processo negocial?


As negociações podem se dar de forma separada ou conjunta; dependerá da ação da categoria, das entidades que representam a categoria e da postura das empresas. Essa negociação pode ser tanto na mesma mesa (reunindo as empresas, Fenadados e grupo de sindicatos/FNI) ou em mesas separadas, (empresa e Fenadados numa mesa, empresa e sindicatos/FNI em outra).


7 - Os trabalhadores poderão ficar sem acordo coletivo se as empresas se negarem a negociar com o grupo de sindicatos e assinarem acordo somente com a Fenadados?


Como os planos de cargos são iguais em todo o país para Serpro e Dataprev, o Acordo Coletivo assinado com essas empresas também deve ser único e nacional, ou seja, deve valer para todos os trabalhadores e trabalhadoras das duas empresas. Os trabalhadores cujos sindicatos não aceitarem dar procuração para a federação e organizarem sua campanha salarial em separado, em última instância, têm o direito de ter um acordo coletivo e é necessidade das empresas ter um instrumento que legalize a situação desses trabalhadores. Nenhum estado deverá ficar sem Acordo Coletivo. O mais importante é sabermos que a garantia de não termos nenhum retrocesso e a possibilidade de obter avanços na campanha salarial só poderá se dar com a mobilização dos trabalhadores e o fortalecimento de uma alternativa que respeite verdadeiramente a vontade da categoria.


8 - As empresas podem se negar a negociar com os sindicatos que não estão com a Fenadados?


Não, as empresas não podem tomar essa atitude. A Constituição Brasileira garante o direito dos sindicatos negociarem diretamente com as empresas. Se as direções das empresas se negarem a fazer negociação, e isso já aconteceu com os petroleiros, logo depois que formaram a FNP (Frente Nacional dos Petroleiros), podemos tomar medidas judiciais cabíveis a fim de fazer cumprir os nossos direitos constitucionais.



Chega de traição, não daremos procuração para a Fenadados!
Fim do Pacto Federativo - Um trabalhador, um voto!

Os trabalhadores, cansados de tantas traições, devem deliberar em assembleia por não dar procuração para a Fenadados e organizar a campanha salarial pelos sindicatos que respeitam a categoria e, fundamentalmente, pelas OLTs.
Venha construir junto uma alternativa de luta e de organização no setor de TI!

Na Bahia, trabalhadores do Serpro lançam a FNI

Após Porto Alegre (Rio Grande do Sul), agora foram os trabalhadores da Regional do Serpro em Salvador (Bahia) que optaram por uma alternativa para a campanha salarial de 2011.

No dia 06 de Janeiro, 87 trabalhadores participaram da assembleia no Serpro em Salvador, em que foi lançada a construção da FNI (Frente Nacional dos Trabalhadores em Informática). Vera Guasso, diretora do Sindppd/RS, esteve presente na assembleia a convite de diretores do Sindados/BA e da OLT. Assembleias semelhantes aconteceram em Dezembro passado no Serpro
e na Dataprev em Porto Alegre (RS).

Em Salvador, foi apresentado o manifesto da FNI, assinado por alguns sindicatos e OLTs de todo o país, que indica a construção de uma campanha salarial sem a Fenadados, dirigida e coordenada pelos sindicatos, com debate democrático e a construção de uma pauta alternativa que deverá ser aprovada pela categoria.

Uma trabalhadora presente na assembleia afirmou que "nesses últimos anos estivemos sozinhos e precisamos começar a construir algo novo, pois fomos traídos por quem deveria nos defender, que é a Fenadados". Ela complementou dizendo que essa construção será difícil e demorará algum tempo para dar resultado, mas com certeza será o melhor a fazer, pois nos seus cinco anos de empresa nunca se sentiu representada pela Fenadados. Ficou também, na assembleia, o compromisso das representações de convocar assembleia geral para debater sobre a desfiliação da Fenadados.


O debate sobre a FNI será realizado em outros estados. Acompanhe mais notícias aqui no blog.

ENTREVISTA: O desafio de construir uma outra federação dos petroleiros

Reproduzimos aqui no blog uma entrevista feita com o diretor do Sindipetro-RJ, Claiton Coffy, sobre a construção da FNP (Frente Nacional dos Petroleiros), uma alternativa à federação da categoria (a FUP, ligada à Central Única dos Trabalhadores - CUT). É uma história semelhante ao que os trabalhadores de TI (Tecnologia da Informação) de todo o país enfrentam hoje com a Fenadados, federação do nosso setor ligada à CUT.

Os problemas e os desafios que os petroleiros enfrentaram e ainda enfrentam
podem servir de exemplo a nós, que estamos construindo, por meio da FNI (Frente Nacional dos Trabalhadores em Informática), uma alternativa de organização e de luta dos trabalhadores de TI; uma ferramenta independente das empresas e dos governos.


ENTREVISTA COM CLAITON COFFY - diretor do Sindipetro-RJ

Sindicatos de trabalhadores petroleiros, indignados com a atuação da FUP (Federação Única dos Petroleiros), ligada à CUT, constroem desde 2006 uma alternativa de organização. Eles criaram a FNP (Frente Nacional dos Petroleiros) e decidiram, em seu 3º congresso realizado em 2009, que irão formar uma nova federação da categoria.

Atualmente, a FNP é composta por seis sindicatos de petroleiros (AL/SE; Litoral Paulista; São José dos Campos - SP; Rio de Janeiro; Pará/ Amazonas/ Maranhão/ Amapá; e Rio Grande do Sul) e têm o apoio de oposições em sindicatos. Embora ainda não seja uma federação, a FNP já tem uma mesa de negociação à parte com a Petrobras.

Por que os sindicatos decidiram criar a FNP? Ao tomar posse o governo Lula, dirigentes sindicais ligados à FUP/CUT assumiram cargos na Petrobrás e no fundo de pensão Petros, e a FUP tornou-se braço do RH da Petrobrás no movimento sindical. O marco que levou à saída da FUP, em 2006, foi o ataque à aposentadoria da categoria para se adequar aos interesses dos acionistas da bolsa de Nova York. A FUP defendeu a posição da Petrobras da repactuação, um novo plano que transforma a aposentadoria de benefício definido (BD) para contribuição definida (CD). Este ataque equivale à reforma da previdência do funcionalismo público aplicada pelo governo Lula e defendida pela CUT em 2003, que também levou à saída desta entidade dos setores que estão hoje à frente da Conlutas e Intersindical na fundação de uma nova Central em junho deste ano. A essência da crítica à FUP é o seu papel de parceria com a empresa, atuando na defesa dos interesses da Petrobras contra os interesses dos trabalhadores; desmontando as lutas, para impor acordos rebaixados, com discriminações entre trabalhadores ativos e aposentados.

Que benefícios a criação da FNP trouxe aos trabalhadores?
A FNP tem o papel de ser um pólo de resistência as ataques da empresa e do governo aos direitos dos trabalhadores em parceria com a FUP. A FNP teve um papel fundamental na campanha reivindicatória de Setembro de 2009 (data-base) e na luta pela PLR (Participação nos Lucros e Resultados), organizando as mobilizações e sendo um importante ponto de apoio às oposições sindicais para organizar a luta nas bases da FUP. Podemos afirmar, com certeza, que sem a FNP os acordos coletivos seriam muitos piores. Os aposentados e ativos ficariam órfãos na defesa dos seus diretos na Petros. Isso é decisivo; os petroleiros necessitam de uma nova direção para as suas lutas. Na minha opinião, este é o principal benefício, hoje, aos petroleiros com a existência da FNP.

Como acontece a campanha salarial dos petroleiros?
Existem duas campanhas na categoria: a teatral da FUP e a real da FNP. Se os dirigentes da FUP são parceiros dos dirigentes da empresa, são amigos de bar, o que esperar? Existe uma chacota na base de que a FUP rejeita a proposta, marca a greve; um dia antes, tem uma nova proposta que desmarca a greve e indica a aceitação do acordo. Muitos comentam lá vem o teatro, lá vem a terceira proposta que a FUP vai aprovar. Com o surgimento da FNP e com base na disposição de luta da categoria, começamos a acabar com o teatro da FUP. A greve da PLR em Março de 2009 ocorreu contra a vontade da direção da FUP. Na campanha de Setembro, a categoria entrou em a greve nacional nos dias 15 e 16 de Outubro, organizada pela FNP. Na mesa de negociação ocorre o mesmo, temos uma negociação em parceria com o RH da Petrobras, comandada pela FUP. E temos a negociação da FNP com a Petrobras, que representa a verdadeira negociação, sem conchavos e parcerias. É óbvio que o resultado, o avanço ou não na negociação, depende do grau de mobilização da categoria.


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Sindicatos da FNP entraram em greve em 2009 para pressionar
a Petrobras durante a campanha salarial.



As empresas do setor reconhecem as duas organizações?
A Petrobras é obrigada a reconhecer a existência política da FNP e seus sindicatos porque, mesmo sendo 6 sindicatos no universo de 17, representamos cerca de 50% da categoria. Como falei anteriormente, na campanha salarial de 2009, pela existência da FNP a categoria realizou a primeira greve nacional sem a FUP. Hoje, estamos no processo de legalização da FNP enquanto federação, para termos a representação formal perante a Petrobras e demais empresas do setor.

A FNP encontra dificuldades?
Todo o processo de construção de uma nova direção encontra dificuldades, isso é natural. Podemos afirmar, com certeza, que a FNP é a direção de uma parte significativa da categoria. Dirigimos 6 sindicatos, temos um peso fundamental na área de terminais da Petrobras, e temos inserção, via oposição, em bases importantes da FUP como nas refinarias de Campinas (SP) e em Macaé (RJ), que representa 80% da produção nacional de petróleo. Temos o apoio maciço das associações dos aposentados, devido a traição da FUP quando defendeu o fim do Plano Petros BD. Uma das dificuldades que temos, ainda, são os aspectos legais da entidade. A Petrobras usa isto para tentar nos desqualificar, mas estamos avançando e neste semestre vamos legalizar a FNP.

Quais são os desafios da FNP para o próximo período?
Além dos aspectos organizativos, da representação legal e de avançar no relacionamento cotidiano com a categoria, por meio de boletins e jornais, o principal desafio para o próximo período é o fortalecimento da FNP, afirmando um sindicalismo independente do governo e de luta. Nós da Conlutas defenderemos também que a FNP seja parte ativa da construção da nova central, participando do Congresso de Unificação em Junho. Isso passa pela FNP estar à frente da campanha salarial e da PLR neste ano, da Campanha do Petróleo tem que ser Nosso, denunciando o entreguismo do governo Lula no novo marco regulatório do pré-sal. A FNP será um instrumento importante para canalizar a disposição de luta da categoria para ter conquistas. Este é um ano eleitoral e as direções da FUP/CUT farão de tudo para que não ocorram mobilizações para não prejudicar a eleição da candidata Dilma Rousseff, mesmo a um custo de acordos rebaixados e retirada de direitos.

* Entrevista concedida ao Comunicadados On Line em Março de 2010.

Trabalhadores da Dataprev/RS também aprovam construção de alternativa para a Campanha Salarial

Trabalhadores da Dataprev no Rio Grande do Sul decidiram, em assembleia, construir uma alternativa para a campanha salarial de 2011. Decisão semelhante foi tomada pelos trabalhadores da Regional Porto Alegre do Serpro também no dia 09 de Dezembro. Veja a seguir o relato da assembleia na Dataprev publicado no site do Sindppd/RS.


Assembleia dos trabalhadores da Dataprev/RS aprova a construção de uma alternativa dos trabalhadores para a Campanha Salarial 2011
Em uma assembleia bastante representativa, ocorrida nessa quinta-feira, 09/12, retomou-se o debate sobre as perspectivas e alternativas para a Campanha Salarial Nacional 2011 dos trabalhadores da Dataprev. Contando com a presença da assessoria jurídica, os trabalhadores puderam expor suas dúvidas e esclarecer o que nos espera no próximo período.

Foi feita uma avaliação da política que a Fenadados vem implementando nos últimos 8 anos e repetidas traições aos interesses dos trabalhadores, que infelizmente, virou sua marca registrada com o seu trabalho incansável para aprovar o ACT por dois anos, na Campanha Salarial de 2009, atendendo aos interesses da direção da Dataprev e do governo federal, que abriu o caminho para diversos ataques da empresa, neste ano de 2010. As alterações na Norma de Férias, a exigência de Laudos Médicos, o não pagamento da PPLR 2009 são só uma amostra desta política truculenta da direção da empresa.

Mas é necessário seguir em frente e o projeto é construirmos em conjunto uma pauta de reivindicações da Dataprev/RS (no Serpro/RS também faremos a mesma coisa) em conjunto com outros sindicatos e OLTs em nível nacional, que são nossos aliados na incessante busca do respeito às decisões da categoria. Estas entidades são as mesmas que colocam na prática a total independência em relação às direções das empresas e governos.

A assessoria jurídica enfatizou o fato de que são os sindicatos que detém originariamente o poder de negociação e representação dos trabalhadores
, sendo que somente as assembleias convocadas para tal, têm a condição de delegar ou não os poderes para outras organizações representá-las nas negociações da campanha salarial.

Debatemos também sobre as dificuldades que vão se colocar nesse caminho, pois sabemos os inúmeros obstáculos que se interporão, mas o mais importante é que quando a categoria está decidindo os seus rumos, não existe nenhuma força intransponível.

Ao final fizemos uma votação por unanimidade, de aprovação desse novo caminho de construção de uma frente nacional que se fortalecerá a partir da adesão dos trabalhadores, pois hoje há um descompasso enorme entre o que quer a categoria e o que faz a Fenadados. Essa construção envolverá uma frente de sindicatos, OLTs e trabalhadores em todo o país.

Veja aqui o manifesto construído por várias mãos, em reunião nacional acontecida em novembro/2010, que representa a vontade de representações que querem construir um novo caminho para os trabalhadores da informática em nosso país. É o lançamento da FNI - Frente Nacional dos Trabalhadores de Informática, uma alternativa a ser referendada pela categoria e que nasce com princípios muito firmes, que clama por democracia, respeito às decisões dos trabalhadores, pelo fim do pacto federativo e na defesa de que cada trabalhador vale um voto nas assembleias.

Trabalhadores da Regional Serpro Porto Alegre aprovam construção de alternativa para campanha 2011

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No mês de Dezembro, mais de cem trabalhadores, de Porto Alegre e do interior do Rio Grande do Sul, em assembleia, aprovaram iniciativa de construir uma alternativa à Fenadados para a campanha salarial 2011.

Em uma assembleia bastante representativa, ocorrida no dia 09 de Dezembro, com a presença de mais de cem colegas, inclusive vários do interior do estado, aconteceu um debate democrático sobre as perspectivas e alternativas para a campanha salarial 2011. Com a presença da assessoria jurídica, os trabalhadores puderam colocar suas dúvidas e buscar esclarecer sobre o que nos espera no próximo período.

Avaliamos os últimos 8 anos da trajetória da Fenadados e sua postura de traição aos interesses dos trabalhadores, que infelizmente, virou sua marca registrada com o carimbo do acordo da compensação da greve de 2009 que está destruindo a saúde dos trabalhadores.

Precisamos seguir em frente e o projeto é construirmos uma pauta de reivindicações dos trabalhadores do Serpro/RS, em conjunto com outros sindicatos e OLTs em nível nacional, que são nossos aliados na incessante busca do respeito às decisões da categoria. São os mesmos que praticam a total independência das direções das empresas e governos.



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Mais de 100 trabalhadores participaram
da assembleia.


A assessoria jurídica enfatizou o fato de que são os sindicatos que detêm o poder de representação dos trabalhadores. E somente as assembleias convocadas para tal tem a condição de delegar ou não os poderes para outras organizações representá-las nas negociações da campanha salarial.

Debatemos também sobre todas as dificuldades que vão se colocar nesse caminho, pois sabemos os inúmeros obstáculos que se interporão. Mas o mais importante é que quando a categoria está decidindo os seus rumos, não existe nenhuma força intransponível.

Ao final fizemos uma votação por quase unanimidade, com apenas duas abstenções, de aprovação desse novo caminho de construção de uma frente nacional que se fortalecerá a partir da adesão dos trabalhadores, pois hoje há um descompasso enorme entre o que quer a categoria e o que fazem a maioria dos dirigentes sindicais na nossa categoria. Estamos na construção de uma frente de sindicatos, OLTs e trabalhadores em todo o país.

Veja aqui o manifesto construído por várias mãos , em reunião nacional acontecida em novembro/2010, que representa a vontade de representações que querem construir um novo caminho para os trabalhadores da informática em nosso país. É o lançamento da FNI - Frente Nacional dos Trabalhadores de Informática, uma alternativa a ser referendada pela categoria e que nasce com princípios muito firmes, que clama por democracia, respeito às decisões dos trabalhadores, pelo fim do pacto federativo e na defesa de que cada trabalhador vale um voto nas assembleias.

* Texto retirado do site do Sindppd/RS

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

PRINCÍPIOS DA FNI

* Independência e autonomia em relação às direções das empresas, governos e patrões;

* Construir relações democráticas e de respeito em relação às decisões dos trabalhadores;

* Respeito a pluralidade das opiniões no interior do movimento dos trabalhadores e da FNI;

* Resgatar o verdadeiro papel do movimento sindical combativo;

* Total autonomia em relação aos partidos políticos.




### Desafios para o próximo período: preparar a campanha salarial 2011 ###

A tarefa central para o próximo período é resgatar a confiança dos trabalhadores para preparar uma verdadeira campanha salarial/2011 construída de forma alternativa. Tudo começa por colocar nas mãos da categoria as definições da pauta de reivindicações e que esta reflita a vontade da maioria, eleger representantes de base para a negociação, reforçar o papel das OLTs. Acabar de vez com qualquer tipo de manipulação e hoje a principal forma dessa manipulação se dá por meio do "pacto federativo". Devemos fazer a experiência de tomada de decisões importantes por meio da formula de um trabalhador um voto em assembleia, pois este é o anseio dos trabalhadores. Ter uma assessoria jurídica que tenha o papel de garantir as demandas da categoria e não como é feito hoje em que a pressão é para resolver outros interesses. Os sindicatos têm poderes outorgados pela Constituição Federal para negociar em nome da categoria e vamos fazer valer essa prerrogativa em todas as instâncias necessárias.

Campanha salarial dos trabalhadores com:

# Fim do “pacto federativo”!
# Decisões importantes da categoria deverão ser tomadas em assembleia em que cada trabalhador equivale a um voto!
# Representantes de base eleitos para representar a categoria nas negociações!
# Combater e denunciar atos ou medidas das empresas lesivas aos trabalhadores!
# Organizar um encontro nacional de OLTs e representantes eleitos pela base para definir a estratégia da campanha salarial e organização das pautas de reivindicações!
# Total publicidade das mesas de negociação!


Assinam este manifesto: Sindppd-RS; Sindpd-SC; OLT Serpro/BA; OLT Serpro/RJ; OLT Serpro/RS; Luiz Carlos Ferreira da OLT Serpro/DF; Telma Estrela, Lúcia Helena e Walter Reis do Sindados/BA;  OLT Dataprev/SP; Dataprev RJ: Gerson Satil OLT/RJ, Sergio Gama Aned/OLT-RJ, José Carlos Pessoa e Gustavo Dumas/Aned; Beth Spingola - presidente da Aned. 


ATENÇÃO: O manifesto está aberto a novas adesões. Para mais informações, entre em contato com alguma das entidades ou das pessoas acima ou escreva para

contatofni@gmail.com

Manifesto de lançamento da Frente Nacional dos Trabalhadores em Informática (FNI)

Em 20 de novembro de 2010, representações dos trabalhadores de TI de diversos estados, reunidos na cidade do Rio de Janeiro, lançaram a Frente Nacional dos Trabalhadores de Informática (FNI) para ser a verdadeira alternativa na organização em defesa dos interesses das trabalhadoras e dos trabalhadores da categoria.

Vivemos num mundo onde o capital está profundamente conectado. O que acontece em algum país pode ter reflexos diretos em qualquer lugar do planeta. A crise que começou em 2008 nos Estados Unidos continua trazendo perdas de direitos e o principal deles são as reformas da previdência e redução na legislação de proteção aos trabalhadores. No Brasil, teremos um governo federal que pretende dar continuidade às reformas.

No movimento sindical, desde 2003 temos assistido a rendição de várias centrais sindicais e federações em especial a CUT e a Fenadados ao passarem a defender as ações e propostas desse governo. Vamos lembrar que em 2003, os trabalhadores do Serpro e da Dataprev perderam em torno de 18,23% e a Fenadados assinou acordo com a reposição de 6%. Até hoje, não recuperamos totalmente aquela perda.

Foram anos de entreguismo, com a assinatura de acordo coletivo passando por cima de greves, como foi o caso da Dataprev em 2003 e do Serpro em 2006. Já passou da conta a quantidade de vezes que os trabalhadores foram surpreendidos por negociações farsescas, pactos federativos, esquemas fraudulentos de assembleias e outras formas para em comum acordo com as empresas derrotar a categoria. 

No Serpro, fizeram um acordo que chamaram de PPLR para dois exercícios, 2008 e 2009, sem consulta aos trabalhadores, que resultou no pagamento de valores irrisórios. Apesar da resistência e da greve dos trabalhadores do Serpro e da Dataprev em 2009, infelizmente acabou se concretizando o golpe do ACT de dois anos contra a vontade da categoria.

Na Dataprev, as alterações nas normas funcionais trouxeram prejuízos como o ataque a Norma de férias,  o não pagamento da PPLR de 2008 etc.

Traíram a categoria, na greve do Serpro quando na conciliação no TST negaram a possibilidade de fechar acordo por um ano com algum ganho. O último golpe se deu com o acordo que pune os trabalhadores, obrigando-os a compensar mais de 9000 minutos até abril/2011, com o objetivo de arrasar o moral da categoria para a próxima campanha salarial.

Tudo isto tem demonstrado a necessidade de apontar um novo rumo e a construção de uma alternativa, para combater as traições e o entreguismo e organizar a categoria. É um caminho difícil mas necessário, sob pena de continuarmos sofrendo novos ataques e traições. É importante também salientar que a cada ano que passou sem uma alternativa de organização, não foram poucos os dirigentes sindicais que estavam no campo da luta e se bandearam para o caminho fácil dos esquemas com a Fenadados e as direções das empresas.

A construção da FNI, Frente Nacional dos Trabalhadores em Informática, surge da necessidade de unir as representações dos trabalhadores, que estão nos sindicatos, CIPAs, OLTs, associações e oposições sindicais. Esta iniciativa vai se fortalecer com o apoio e a participação efetiva dos trabalhadores e tem sido assim em outras categorias a exemplo de petroleiros, bancários e trabalhadores de correios.