O Serpro, mais uma vez, se nega a avançar na sua proposta, apesar de ter condições econômicas - lembramos que a empresa não pagou a PPLR 2012. Frente ao impasse na campanha salarial, após os trabalhadores rejeitarem em massa a proposta de IPCA mais 1% somente nas tabelas salariais, o Serpro propôs encaminhar dissídio ao TST (Tribunal Superior do Trabalho) apenas das cláusulas econômicas - tais como reajuste salarial, tíquete etc.
A direção da empresa, e também a Fenadados, não esperavam a rejeição da proposta que ocorreu no final do mês de Julho. Essa rejeição se deve ao fato de a empresa estar há três anos sem ganho real, não querer pagar o PPLR de 2012, inexistência de reclassificação no PGCS e de promoção por mérito no RARH, entre outros graves retrocessos impostos pela direção do Serpro. Os trabalhadores cansaram de receber "não".
Essa proposta de ir ao TST cheira à jogada ensaiada entre empresa e Fenadados pelos vários exemplos dados até agora, especialmente a evidente e proposital desorganização que tem acontecido nas mobilizações. Na ata, a federação já colocou sua posição contrária ao dissídio e deve criar clima de insegurança nos trabalhadores.
Não achamos que o TST seja a grande solução da campanha salarial, mas frente ao impasse apresentado pela intransigência da direção do Serpro não temos nada a temer com a possibilidade do dissídio, pois a proposta do Serpro (IPCA mais 1%) está registrada em ata e é ponto de partida do que a empresa pode oferecer. Por esse motivo, nosso único risco neste momento é ganhar algo mais, inclusive buscar uma negociação na conciliação sobre os dias paralisados.
Tudo indica que a Fenadados irá criar um clima de insegurança na categoria, para evitar que a campanha chegue ao TST e exponha a direção do Serpro. Não vamos deixar que o discurso de 2009 volte a derrotar os trabalhadores.
É preciso lotar as assembleias e reforçar a mobilização nacional
A continuidade das mobilizações e paralisações em todos os estados, mas de forma unificada, também é fundamental, pois não podemos jogar a solução somente para a Justiça. Temos que mostrar que a categoria quer avanços, e somente com luta é que iremos demonstrar isso. Qualquer possibilidade de avanço, até mesmo no TST, pressupõe que haja mobilização.
Vamos preparar assembleias e debater sobre a melhor solução para este impasse. Os trabalhadores devem exigir, em todos os estados, assembleias democráticas e soberanas para decidirem seu futuro. Não aceite imposições e intimidações.
Sindicatos da FNI visitam presidente do TST em 13 de Agosto
Os sindicatos integrantes da FNI (do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina), acompanhados do advogado Aderson Bussinger, estiveram no dia 13 de Agosto visitando o presidente do TST - que nos recebeu de maneira muito atenciosa e cortês. Nosso objeto era expor a situação em que os sindicatos da FNI se encontram, excluídos da negociação nacional da DATAPREV e do SERPRO.
A visita foi positiva, no sentido de transmitir ao TST nossas preocupações com o comportamento das empresas Serpro e Dataprev, bem como da FENADADOS, que não aceita a negociação em conjunto. O presidente do TST (sem entrar no mérito do tema) nos disse que o Tribunal somente poderá se manifestar mediante um dissídio coletivo.
Sindicatos e OLTs que constroem a FNI
Vamos em frente, que venha a sentença normativa!
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