Publicamos aqui o depoimento de Maria da Conceição Torres Branco, trabalhadora da Dataprev Sergipe e diretora do SINDTIC/SE
CARTA DESABAFO SOBRE A DATAPREV
Não é novidade que grande é o número de aposentados e próximos de se aposentarem na Dataprev.
Algumas empresas já adotaram um cuidado para com os empregados próximos a se aposentarem. Como exemplo a Unicamp, que possui um planejamento para os servidores que estão próximos a se aposentarem. Chamado “Programa de Pré-Aposentadoria para os funcionários da Unicamp”.
Vários fatores assustam os empregados da Dataprev com relação à aposentadoria, entre eles:
Fator Econômico
a) Perda de benefícios – pode-se fazer algumas mágicas, caindo com o padrão econômico. Mas não podemos esquecer que os gastos com a saúde aumentam a partir de determinada idade.
b) Fator previdenciário – esse monstro que apavora todo celetista. Há duas esperanças, quase que utópicas entre os funcionários - Dilma acabar com o fator previdenciário como prometeu em sua campanha eleitoral (quase impossível) e está na pauta das centrais sindicais. Ou mudar nosso regime jurídico, passando de celetistas para estatutários. É inconstitucional, sabemos! Mas já aconteceu ao longo desses anos algumas exceções, inclusive na Dataprev com os colegas que foram para o Datasus, e ainda se especula a junção Dataprev/ Previdência Social.
Com tantas perdas financeiras na aposentadoria temos de buscar alternativas e uma delas é continuarmos dentro da nossa empresa. Grandes países valorizam a mão de obra madura e experiente, e porque isso não ocorre na Dataprev?
Clique no "Mais Informações" para ver a carta na íntegra
Fator Psicológico:
a) Não possuímos estrutura psicológica para aposentadoria, não fomos preparados para isso. Nossas vidas foram totalmente vividas no lar e dentro da Dataprev (alguns muito mais na Dataprev do que no lar).
A fala do Presidente da Dataprev Rodrigo Assumpção, em algumas reuniões ocorridas com os empregados, é totalmente fora de contexto, quando menospreza e trata os aposentados como um saco de batatas que está ocupando espaço. Precisamos de um presidente para nossa empresa com qualificação e conhecimento de gestão, que seja capaz de enxergar os empregados da Dataprev como colaboradores e não como algum objeto que o incomoda. Sua visão de gestão é antiquada, preconceituosa e foge da visão de gestão das grandes empresas onde o empregado mais maduro e experiente é mais valorizado e onde os empregados que chegam à empresa, como exemplo os analistas concursados, jovens, alguns recém-formados mas que possuem também grande capacidade intelectual e produtiva para fazer com que a Dataprev cresça também mundialmente e ocupe nas estatísticas os primeiros lugares em empresas de TI, estes são tratados de forma desrespeitosa com salários medíocres que não se ajustam à realidade do mercado de trabalho.
Diferentemente da fala do presidente, as evidências demonstram que não são esses empregados mais antigos da Dataprev, que se doaram durante décadas à empresa, que devem ser atacados, mas sim a falta de investimento no parque tecnológico e a falta de investimento num programa de qualificação.
O modelo político implantado na empresa a transformou numa empresa de TI démodé, sem uma visão de gestão participativa que oxigena e incentiva os trabalhadores podendo transformá-la numa empresa produtiva e moderna.
Redução da folha não significa oxigenar e somente investir nas pessoas e nas máquinas poderá transformá-la num grande modelo de empresa de TI.
Maria da Conceição Torres Branco
Trabalhadora da Dataprev Sergipe
Diretora do SINDTIC/SE
Nenhum comentário:
Postar um comentário