O país
vive um momento diferente. Grandes mobilizações tomaram as ruas a partir de
junho, seja com as mobilizações da juventude contra os aumentos das passagens de
ônibus e outras pautas, seja com as paralisações de trabalhadores de várias
categorias no último dia 11 de julho. A popularidade dos governos antes em
alta, agora despencou. A economia dá sinais de que não vai melhorar,
aumentando as cobranças e o desgaste dos governantes e seus agentes nas
direções das empresas.
A Fenadados, diante dessa realidade, poupa a empresa e o governo, além de torcer para que nada fuja do seu controle. Como já é costumeiro, propõe mobilizações sem qualquer organização pela base, não levando em consideração a disposição dos trabalhadores. Um exemplo disso foi o indicativo de paralisação de 24 horas no último dia 10/07, quando na maioria dos estados, existia disposição para uma paralisação de 2 horas naquele momento. Outra facilidade criada para a direção da empresa é a pauta de reivindicações, limitada às cláusulas econômicas. Não foi incluída nem a estabilidade no emprego para os trabalhadores da Dataprev, que continuam sofrendo com o terrorismo praticado pelo Sr. Rodrigo Assumpção ao longo dos últimos anos.
Mas os trabalhadores da Dataprev têm trajetória de luta, a exemplo da última greve em 2011, e é dessa capacidade que a direção da empresa tanto teme. Em 2013 se repetiram as demissões imotivadas em algumas regionais e, agora, a empresa apresenta uma proposta com 1% de ganho real na tabela do PCS, na esperança de que os trabalhadores não se mobilizem. Mas os trabalhadores sabem que é possível conquistar mais e que esta proposta não está à altura dos ganhos que dão à empresa.
A Dataprev é destaque dentro do setor de TI que já cresce muito acima da média da economia nacional. No ano passado, a economia brasileira cresceu 0,9%, enquanto o setor de TI cresceu 10,8%. Dentro desse contexto, a Dataprev ganhou o prêmio como a segunda melhor indústria digital do ano, no especial Melhores e Maiores 2012 da Revista Exame. Em 2013 a perspectiva econômica da empresa não é diferente. O faturamento projetado é de R$ 1,257 bi e os investimentos em infraestrutura estão programados em R$ 230 milhões.
Por que nesse cenário econômico da empresa, ela só
apresenta 1% de ganho real no salário e no adicional de atividade? Por que se
contentar com 6,49% no tíquete se o custo com alimentação subiu 13,99% para a
data-base de maio, segundo o apurado pelo IPCA? Por que distribuir somente
pouco mais de 6% do lucro líquido no PLR? Por que aceitar um PCS em que não são
pagas as promoções por antiguidade, mas uns poucos escolhidos a dedo recebem a
promoção por mérito? Não é hora de reduzir a jornada de trabalho? Até quando
vamos conviver com demissões imotivadas?
Está mais do que na hora de voltarmos a transformar
a indignação em ação.
É o que a direção da empresa, que representa o governo federal dentro
da Dataprev, mais teme neste momento. É hora de exigirmos tudo aquilo que nos é
de direito. Podemos e devemos!
Estabilidade no emprego já!
Aumento real salários de verdade!
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