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terça-feira, 13 de outubro de 2015
Ponto para a tecnocracia premiada: vem aí mais um dissídio na DATAPREV!
O Prêmio - Revista Isto é
Ó, um “brinde” por transformarmos a DATAPREV em uma empresa respeitada, no cenário de tecnologia da informação, e sua administração uma espécie de teteia dos tecnocratas leitores de Isto é, Exame e congêneres.
Prêmio estranho, pois a DATAPREV não teve responsabilidade social ao demitir funcionários com doença do trabalho e funcionários em posição financeira vulnerável.
DATAPREV não tem responsabilidade social ao tratar empregados de forma arbitrária, sem capacitá-los, e deixar que sejam "sucateados" ao passar dos anos. E quando a situação fica insustentável, do ponto de vista das métricas que eles fazem, querem demitir as pessoas, sem a menor consideração.
Que responsabilidade social é essa que usa DFTI para punir pessoas em licenças-maternidade, paternidade e pessoas que ficam doentes?
Como a DATAPREV pode ser melhor em gerir recursos humanos com tanta gente desmotivada aqui, que a cada edital que sai meio mundo de gente corre pra se inscrever?
Que sustentabilidade financeira é essa que não paga 13º, como costumeiramente a empresa faz no início do ano, e agora bloqueia as férias? Isso sem falar dos problemas de fluxo de caixa que a empresa vive reclamando. Que governança corporativa é essa que passa por cima da missão da empresa, de fornecer tecnologias para sustentar as políticas sociais, ao demitir funcionários do atendimento e contratar empresa terceirizada para gerenciar redes e voip?
Este prêmio parece que foi comprado porque na verdade a DATAPREV não mereceu nada do que foi premiada. Uma farsa.
Dissídio
Tudo vinha “bem”: nós, trabalhadores, ganharíamos 8,17% de reajuste salarial – a reposição integral da inflação acumulada no período Maio/2014 - Abril/2015.
Alcançaríamos o “belo” índice sem greve, como deseja o patrão e a parte do sindicalismo comprometido mais com a manutenção do governo federal do que com aqueles que deveria representar.
Daí, de repente, para tudo! O que aconteceu?
Era o superministro Levy, ajustador geral das contas da nação, doido para avançar sobre o bolso dos trabalhadores, mandando dar um reset?
A DATAPREV simplesmente desmarca mesa de negociação, agendada para 10 de Setembro, e não marca nova mesa. O que faltava discutir, para fechamento do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT)? “Somente” como e quando se daria o pagamento do reajuste já colocado goela abaixo dos trabalhadores.
Pois bem. Chegamos a Outubro, a inflação promete superar os dois dígitos no ano, e nada de reajuste. Vamos para o 18º mês de perdas inflacionárias e a solução única que se apresenta é entrarmos em um dissídio obscuro, proposto via Fenadados e seus sindicatos filiados.
Em outros dissídios por que passamos, o fizemos mobilizados, e depois de esgotadas as possibilidades de negociação e de luta. Ou ainda lutando, em greve, o que historicamente ajuda a acelerar o processo decisório do dissídio. Em diversos momentos, hesitamos em procurar a via judicial, em situações em que lutávamos por ganho real de salários e melhoria nos benefícios, realidade bem distante do dissídio atual.
Hoje, a tecnocracia que dirige a DATAPREV nos vê como algo inferior a máquinas. Demite, sem justificativas, trabalhadores em plena Campanha Salarial.
Os dirigentes da DATAPREV e seus subordinados alardeiam, repetidamente, conquistas como se fossem concessões, como o anuênio - que já tentaram inclusive nos tirar.
Tratam como luxo uma gratificação altamente discriminatória, que incentiva o assédio moral para com trabalhadores em situações de licença e o não usufruto, por parte dos trabalhadores, de seus próprios direitos.
Com uma orientação jurídica que parece mirar nos trabalhadores como inimigos em potencial, constroem peças patéticas como o registro da DATAPREV na sexta rodada de negociação, já preparando a “cama” para um dissídio. Isso como se o que estivesse em jogo não fosse senão um índice que apenas repõe um acúmulo de inflação, e depois de tentarem negar a retroatividade do pagamento a 1º de Maio, nossa data-base.
Tudo seria mais compreensível se não estivessem ambos os lados, majoritariamente, nesta negociação, no mesmo barco – ou canoa furada do governo de um partido que já pôde um dia se dizer representante do interesse dos trabalhadores. Há uma cortina de fumaça a envolver este dissídio – que não é só mais um na conta dos dirigentes da DATAPREV e de todos que o apoiam ou fazem seu papel para que os sucessivos governos petistas mantenham tudo como está. Não dá para considerá-lo à margem de um contexto em que esse governo usa de qualquer expediente para economizar uns trocados à custa do sacrifício da massa de assalariados. Ou, ainda, para adiar pagamentos devidos.
Não temos nada a ganhar neste dissídio, senão um reajuste já corroído pela inflação corrente, sabe-se lá quando...
Parabéns a todos os envolvidos – e estes não são poucos!
Texto da ANED (Associação Nacional dos Empregados da DATAPREV)
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