A vídeo não foi importante pelo que lá foi dito pela diretoria do SERPRO, pois nada de novo foi apresentado. O que caracterizou esta vídeo não foi debate de ideias e sim o triste exemplo de arbitrariedade, prepotência e autoritarismo de quem deveria ouvir os trabalhadores: o presidente da nossa empresa.
Quem esteve nos auditórios das Regionais e dos escritórios do SERPRO na manhã dessa quarta-feira (11/11) pôde ver, em todo o país, cenas lamentáveis por parte do presidente Marcos Mazoni. Atitudes e posturas que inclusive atentam contra a democracia que ele tanto prega.
A vídeoconferência foi realizada um dia antes da reunião sobre os dias parados da mobilização e da GREVE, que ocorre nesta quinta-feira (12/11) no SERPRO, em Brasília. Podem ter certeza, colegas, que a vídeo não foi por acaso.
Em mais um discurso, o presidente Marcos Mazoni falou que a GREVE faz parte da democracia e que está "tudo bem" entre a diretoria da empresa e os seus trabalhadores. Também atribuiu à empresa o "bom resultado" da campanha salarial, sendo que o esforço para os avanços conseguidos nessa negociação foi dos TRABALHADORES. A direção do SERPRO tocou novamente no assunto das horas paradas, afirmando que o banco de horas da FENADADOS tem o suficiente para cobrir ATÉ a penúltima semana da GREVE. Essa informação também consta na ata de negociação de 14/10. Os sindicatos do RS e de SC da FNI que estarão na reunião desta quinta-feira em Brasília cobrarão o uso desse banco para pagar as horas de GREVE!
O presidente Marcos Mazoni usou seu discurso para tentar amenizar o clima de terror que a empresa instituiu durante a greve com corte de ponto e outras pressões. Mas o presidente não se conteve e resolveu falar uma INVERDADE sobre o acordo coletivo da empresa PROCERGS, empresa de TI do RS, tentando com isso atacar o sindicato do RS.
Postura de quem sabe que foram as OLTS, a base e os sindicatos da FNI e entidades parceiras que organizaram a mais abrangente greve da história da empresa. Ele disse que na PROCERGS, empresa de TI do Estado do RS, o sindicato tinha aceito METADE do INPC na campanha salarial desse ano (4,65%). O que é uma INVERDADE, pois ele esqueceu de dizer que os trabalhadores da PROCERGS aceitaram reajuste imediato de 4,65%, metade do INPC do período e levaram a outra metade para dissídio na Justiça do Trabalho, com anuência da própria direção da PROCERGS. Com isso, o dissídio não tem como ser extinto por falta de acordo entre as partes.
Depois do pronunciamento do presidente, apenas QUATRO trabalhadores puderam falar, entre eles a brava OLT do Distrito Federal, uma das organizadoras da GREVE e da campanha salarial deste ano. Já a FENADADOS teve a sua fala garantida, inclusive utilizando o maior tempo concedido pela empresa para a platéia que estava nos auditórios.
Na última fala, da trabalhadora do SERPRO/RS e diretora do Sindppd/RS, Vera Guasso, o presidente Marcos Mazoni cortou o microfone e encerrou a vídeo, dizendo que iria acabar porque "muitos sindicalistas já tinham falado". Bem democrático, como ele sempre gosta de ser. Nos auditórios das regionais que estavam quase todos lotados, a revolta foi geral.
A indignação atinge todos os trabalhadores lutadores do SERPRO que, neste ano, fizeram uma dura briga por melhores salários e condições de trabalho. A postura autoritária e ditatorial do presidente Mazoni não é contra UMA pessoa, mas sim contra TODOS os trabalhadores do SERPRO que ousam lutar e não aceitam os desmandos da direção da empresa.
Já que a colega Vera Guasso foi cortada pela direção do SERPRO, divulgamos abaixo um áudio em que ela gravou uma parte do que pretendia dizer na vídeo.
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A truculência da direção do SERPRO e a falta de iniciativa na FENADADOS não nos calarão! Perdemos o MEDO já faz tempo!
OLTs e sindicatos que constroem a FNI e entidades parceiras
Esta sempre foi a democracia dos companheiros, sempre foi assim! Pena que os brasileiros acordaram tarde; maravilha os brasileiros terem acordado!
ResponderExcluir“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo…”
―Abraham Lincoln