Na última quinta-feira (12) fomos surpreendidos com a notícia da prisão de vários
acusados de envolvimento no
desvio de importantes quantias dos fundos de pensão dos trabalhadores, o
SERPROS e o Postalis. Vale lembrar que os sindicatos e OLTs que
constroem a FNI juntamente com outras entidades,
sempre fizeram a denúncia de uso indevido do nosso fundo de pensão e do
rombo que sofreu o SERPROS durante muitos anos. Mantemos a defesa de
apuração de todos os casos de desvios, garantido o direito a ampla defesa dos acusados.
Todo
este processo tem uma história que não é nova, mas vale lembrar, pois
sempre que as entidades sindicais se aproximam de governos ou
sindicalistas passam a ser governo viram parte da máquina que move o
estado, e não é novidade que a máquina é azeitada pela corrupção, pois
no sistema em que vivemos onde a grande massa da população produz as
riquezas do país e alguns poucos se apropriam desta riqueza, o caminho da
corrupção é a forma "mais fácil" para os governos junto com os grandes
empresários para impor seus projetos contra os trabalhadores. A
corrupção é o elemento central deste processo.
A história
poderia ter sido diferente, se os governos do PT tivessem buscado o
apoio dos trabalhadores e do povo para implementar reformas estruturais,
mas escolheram o caminho mais fácil e governaram na base da troca de
favores, compra de votos no parlamento, cargos nas empresas públicas em
troca de apoio e um longo etc. É um movimento gigantesco de corruptos e
corruptores tirando dinheiro público, dinheiro dos fundos de pensão, para pagar a troca de favores dos governos e irrigar as campanhas
eleitorais bilionárias que cansamos de ver.
O preço está sendo cobrado agora com a prisão de vários sindicalistas e ex sindicalistas que estiveram juntos com os governos do PT por quase treze anos. Mas o furo é mais embaixo e infelizmente, é só fazer uma pesquisa no Google, e vamos achar a corrupção em várias centrais sindicais, federações
e sindicatos das mais variadas colorações partidárias. O centro desta
trama está no fato das entidades sindicais abandonarem sua independência
e passar a defender governos, o nome disso é conciliação de classes, é
acreditar que é possível apoiar governos que tiram direitos dos
trabalhadores e ao mesmo tempo ficar dentro dos sindicatos para barrar a
luta das categorias.
Lições que precisam ser tiradas deste processo:
- Os fundos de pensão devem ter direções eleitas pelos seus verdadeiros donos, os trabalhadores, é
inadmissível que as direções das empresas como foi o caso do Serpro
tenha conseguido fazer tantos desmandos e ingerências no SERPROS e ao
mesmo tempo punindo quem denunciava os desmandos.
- Os sindicatos, federações, entre outros, NÃO podem abrir mão de sua independência política frente aos governos, a base das categorias devem ter mecanismos de controle sobre os dirigentes sindicais.
- Apuração com amplo direito de defesa, e punição de todos que desviaram dinheiro do SERPROS e devolução dos valores desviados.
-
Os trabalhadores do Serpro e de toda a categoria devem buscar uma ampla
unidade com todas as entidades da categoria que estiverem dispostas a
seguir em frente com base aos princípios mais básicos da independência
frente ao estado e seus governos e reconstruir a confiança junto aos
trabalhadores.
Os
sindicatos da FNI e OLTs parceiras, estão abertos ao debate a construção
da necessária unidade para enfrentar este momento tão difícil onde as
direções das empresas/governo querem tirar nossos direitos.
Sindicatos e OLTs que constroem a FNI
Precisamos que as nossas entidades tomem também esta posição em defesa dos fundos de pensão dos trabalhadores, porque não deixam de ser conquistas que devem ser preservadas em nossas lutas. Esta avaliação ou reflexão sobre o que aconteceu no SERPROS e outros fundos de pensão retrata com fidelidade a realidade dos acontecimentos, com imparcialidade e transparência dos fatos ocorridos.
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