A aceitação da proposta em âmbito nacional não significa que os trabalhadores a consideraram boa e, de longe, que tenhamos caído na balela do governo de "entender a situação financeira delicada que a empresa enfrenta". Afinal, mesmo estando mal das pernas financeiramente, o SERPRO continua pagando altos salários e garante privilégios para os cargos de confiança e correligionários. Ou seja, dinheiro há, mas não para nós, trabalhadores!
É comum o sentimento de que aceitamos a proposta para nos fortalecermos e darmos passos maiores na próxima campanha salarial. A direção do SERPRO e o governo federal não se contentarão em nos tirar 11 meses de retroativos nos salários, tíquetes e auxílios com impacto econômico. Eles querem destruir o nosso ACT (Acordo Coletivo).
Esse é o principal objetivo da Reforma Trabalhista do Governo Temer: reduzir os direitos dos trabalhadores, aumentando a margem de lucro das empresas e o caixa dos governos - cuja boa parte dos recursos é desviada para corrupção e para os bancos. Na campanha salarial do ano que vem e mesmo durante este ano, os ataques tendem a ser maiores, e precisaremos estar MUITO MAIS unidos e fortes!
Proposta da direção do SERPRO que está sendo aceita pelos trabalhadores:
- Reposição dos salários e dos benefícios pelo INPC (3,99%) relativo à data-base Maio 2017
- Pagamento de 2 meses dos retroativos à data-base 2017/2018 em 2x: metade em Maio/2018 e, a outra parte, em Junho/2018
- Para a data-base Maio/2018, propõe reajustar em 60% do INPC
- Mantém a redução dos percentuais da hora extra e da hora e adicional noturno para os patamares que constam na CLT
- Quitação para o APA
Campanha Salarial 2017/2018 só avançou porque teve LUTA. Que não nos esqueçamos disso no próximo ano!
Se fosse pela posição da maioria da FENADADOS e uma pequena parte de seus sindicatos filiados, os trabalhadores do SERPRO teriam encerrado a campanha salarial com uma perda ainda maior. Novamente a federação vacilou quando a empresa queria rifar direitos e a reposição salarial dos trabalhadores. Mas principalmente, faltou disposição de organizar a mobilização pela base; alguns sindicatos, nem assembleias na base fizeram, especialmente nos dias das duas últimas mesas de negociação.
Foi a organização e a resistência dos trabalhadores em várias regionais que conseguiu avançar em um acordo um pouco menos lesivo à categoria. A maioria das assembleias rejeitou a primeira proposta da direção do SERPRO no início de Maio e os estados se mobilizaram, forçando a direção do SERPRO a dobrar o índice de reajuste salarial e dos benefícios. Nós da FNI estivemos presentes, e na linha de frente, para ajudar nessa movimentação!
Mais uma vez, a vida concreta nos mostra que a ORGANIZAÇÃO e a LUTA são o que fazem os trabalhadores manterem seus direitos e avançarem em conquistas. NUNCA conseguimos NADA sem nos mexer ou confraternizando nos gabinetes e dando tapinhas nas costas das direções das empresas.
Vamos nos organizando desde já em nossas empresas e em nossos estados, compondo OLTs de luta, conversando com colegas, participando de assembleias. Fiquemos atentos desde já!
Abaixo, fotos das assembleias nos estados realizadas nessas quinta e sexta-feiras:
Rio de Janeiro
Porto Alegre (RS)
Salvador (BA)
OLTs e sindicatos que constroem a FNI e entidades parceiras
Vergonha
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