Mesa de negociação em Brasília |
Após mais de 130 dias de campanha salarial, o Serpro trouxe à mesa a mesma proposta que o governo federal está apresentando aos demais servidores públicos federais: reajuste salarial de 21% para os próximos 4 anos, que foi rechaçada por todas as categorias dos servidores. Ou seja, é uma média de reajuste de 5,25% em cada ano - índice que não cobre nem mesmo a inflação, se levarmos em consideração que apenas na nossa data-base de 1º de Maio de 2015 o IPCA fechou em 8,17%.
É uma proposta extremamente irresponsável, já que não compensa nem mesmo as perdas salariais e dos benefícios com a inflação, que beira os dois dígitos. Além disso, a proposta é ILEGAL, pois a legislação trabalhista do país permite fechar acordos coletivos para até 2 anos - e não para 4 anos, como propuseram a empresa e o governo federal.
O Serpro tem advogados, os quais sabem que um acordo de 4 anos é ILEGAL. Portanto, não sejamos inocentes. Essa proposta foi feita para embolar as mesas de negociação e tentar tirar nosso foco do que realmente interessa: ganhos nos salários e benefícios e a jornada de 6h na nossa campanha salarial.
Outro fato absurdo que colocamos na mesa de negociação é que o Serpro diz que não tem dinheiro, mas sustenta mais de trinta assessores da diretoria espalhados pelo Brasil e alguns de fora da empresa, a custos elevadíssimos.
A Fenadados fez feio, mais uma vez, ao inviabilizar a transmissão das mesas de negociação que estava prevista e que o Serpro já havia concordado. Os sindicatos de SC, BA e RS reafirmaram a importância da transmissão, mas não conseguimos mudar a decisão já tomada pela federação.
Não nos deixemos enganar: a crise não é dos trabalhadores!
Durante a mesa, os representantes do Serpro argumentaram que entre 2005 e 2014 os trabalhadores teriam tido 10% de ganho real em seus salários. No entanto, a empresa fez questão de esquecer que na negociação de 2003, a categoria contabilizava 18% de perda salarial e conseguiu recuperar apenas 6% naquela campanha.
Ou seja, a empresa ainda nos deve.
O discurso da empresa e do governo federal é de crise financeira para justificar o ajuste fiscal, mas cargos comissionados e chefias do Serpro continuam recebendo altos salários, enquanto os trabalhadores estão tendo os deles arrochados.
Mega empresas prosseguem com seus benefícios fiscais e, muitas outras, sonegam milhões em impostos. Banqueiros e investidores nacionais e internacionais sugam, todo mês, via o pagamento dos juros da dívida pública da União, bilhões que a população brasileira repassa em impostos. E a cada dia, surgem novos casos de corrupção e desvio ilegal do dinheiro público.
E para quem o Serpro e o governo federal querem que sobre? Para os trabalhadores, claro. Mas nós não pagaremos pela crise!
Vamos à MOBILIZAÇÃO, trabalhadores do Serpro!
A nossa força está na nossa UNIDADE, colegas. E a nossa principal arma é a MOBILIZAÇÃO! Foi somente com os nossos protestos, de forma sincronizada em 10 estados que conseguimos, após 130 dias, arrancar a retomada das negociações.
Em toda a nossa história, foi somente com protesto e luta que os trabalhadores do Serpro conseguiram ganhos econômicos e avançar em direitos no Acordo Coletivo.
Agora não será diferente. Precisamos prosseguir UNIDOS e MOBILIZADOS em todos os estados para que a direção da empresa e o governo apresentem uma proposta DECENTE aos trabalhadores.
Colegas de São Paulo, só faltam vocês para as mobilizações nacionais do Serpro. Precisamos de vocês para dar ainda mais peso à nossa luta. Venham pra luta da jornada de 6h e por avanços na campanha salarial!
Na semana que vem, serão três dias de protesto com a jornada de 5h e paralisação de 3h:
Calendário de mobilização:
3ª semana – Jornada única de 5h nos dias 15, 16 e 17/09
Prepare e organize as regionais do seu estado. E vamos à luta!
OLTs e sindicatos que constroem a FNI e entidades parceiras
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