Não é de hoje que o reajuste no PAS tem sido maior do que a reposição nos salários, e para piorar, todo o ano aparecem informações assustadoras nas atas da Comissão Paritária falando na necessidade de reajuste de 30, 40 e até 50%. Um assombro! Mas por outro lado o governo federal trabalha incessantemente para destruir o SUS, único caminho que terão os trabalhadores caso persistir estes reajustes maiores que a inflação ou sem a devida recomposição salarial como está acontecendo neste ano. O plano reajustou em 13,55%, mas a proposta da empresa para a reposição salarial, até agora, é ZERO.
Dentre outras coisas, o relatório aponta como
importantes fatores para o aumento nos custos do plano: a alta sinistralidade,
o aumento nos custos médicos e a previsão de crescimento real de
salário de 0,00%. Podemos constatar que, quanto menos salários, menos sobra
para o plano de saúde. Sempre soubemos disso! Outra constatação é que a crise
econômica, jogada nas costas dos trabalhadores, faz crescer custos e diminuir
direitos.
Por outro lado continuamos a ter dificuldade em
manter a regularidade nos exames periódicos, a falta de campanhas de promoção
da saúde e outras medidas que ajudam a contribuir na diminuição do custeio do
plano. Até a ginástica laboral, um importante mecanismo de prevenção
de doenças do trabalho, foi cancelada em todas as regionais. A atuação em
conjunto com as CIPAs neste tema é muito importante!
Defendemos que não podemos mais separar os debates
do plano de saúde, PAS, inclusive o seu custeio, das nossas campanhas. Um
benefício que está previsto no Acordo Coletivo e faz parte do conjunto da
negociação. Se continuar esta situação de reajuste zero, ou reajustes do PAS
bem maiores que a reposição salarial, dentro de pouco tempo teremos
trabalhadores escolhendo se ficarão ou não no plano de saúde como infelizmente
já acontece em outras empresas da nossa categoria.
Também é necessário que se estabeleçam as comissões
paritárias regionais que estão previstas no Acordo Coletivo há vários anos. Os
trabalhadores querem discutir os vários problemas que persistem quando vão
utilizar os serviços médicos e querem também discutir o custeio.
Na
próxima semana, 17 de janeiro, tem mesa de negociação com o Serpro e
iremos cobrar sobre todas estas questões que envolvem nosso plano de
saúde. Esperamos que a Fenadados e as outras representações sindicais da
categoria se manifestem sobre esta situação em que foi reajustado o PAS
para os trabalhadores, mas mantém sem nenhum reajuste de salário, auxílio
creche, auxílio alimentação etc. O PAS não está separado do conjunto
da cláusulas do ACT, então não dá para dar acordo para o reajuste de 13,55% no plano de saúde e o restante ficar em ZERO.
Precisamos cobrar também da empresa solução para o nosso Acordo Coletivo com
recomposição salarial e sem nenhuma perda de direitos.
É uma vergonha e, do meu ponto de vista, ilegal a não instituição das comissões paritárias que há anos estão previstas no ACT - Aonde estavam as federações nestes últimos anos??? Com todo o respeito, apenas duas pessoas da fenadados participaram da decisão, qual é o currículo dessas pessoas na área da saúde, o que elas entendem de ciência atuarial, qual a capacitação independente que já receberam para discutir plano de saúde? Vamos falar sério? O único jeito é termos um plano independente, no estilo do Serpros, com contribuição paritária mas gestão independente, com eleição de conselheiros e tudo o mais.
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