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FNI - Frente Nacional dos Trabalhadores em Informática {APOIAM ==> SINDPD/SC; SINDTIC/SE; OLT SERPRO/BA; OLT SERPRO/RJ; OLT Dataprev/SP; OLT Datraprev/RS; OLT SERPRO/RS; SINDPD/RS }

O Que é a FNI

A FNI é o instrumento alternativo de organização e de luta que os trabalhadores de TI do Brasil estão construindo. Uma frente que defenda os interesses dos trabalhadores e independente de governos e das empresas.

quinta-feira, 19 de novembro de 2020

SERPRO anuncia fechamento dos escritórios e nega solicitação de reunião com a representação dos trabalhadores para tratar do assunto

 

Na manhã de 16 de Novembro, o SERPRO oficializou o fechamento dos 16 escritórios da empresa. Na ocasião, também informou que a decisão foi tomada em Agosto/2020, ou seja, em meio à pandemia do COVID-19 que, pelo visto, está longe de acabar, tendo em vista que voltou a recrudescer em várias regiões do país, e o mundo todo se prepara para a segunda onda desta doença. Neste meio tempo, vale destacar que a empresa instituiu um PDV com direcionamento explícito de parte das vagas para os trabalhadores dos escritórios. Muitas dúvidas pairam em relação ao futuro dos trabalhadores, já que uma importante parcela dos que estão lotados nos escritórios são analistas e técnicos que sempre trabalharam de forma remota em projetos importantes, ligados às regionais da empresa – sem contar as situações em que as pessoas estão alocadas em atividades nos escritórios.

Frente a inúmeras dúvidas que começaram a surgir, principalmente em decorrência do silêncio por parte da empresa quanto ao futuro destes trabalhadores, a representação da categoria solicitou por meio de ofício, nessa terça-feira (17/11), uma reunião com a direção do SERPRO para tratar da situação dos funcionários destes locais. Para nossa surpresa, a empresa negou o encontro. Uma postura condenável da gestão do SERPRO, que demonstra total desrespeito com o valor social do trabalho, constitucionalmente previsto, e com a consequência que seus atos podem acarretar na vida profissional e pessoal de seus trabalhadores. Muitos deles, inclusive, ingressaram nos últimos concursos e hoje desempenham trabalhos estratégicos para a empresa. É fato notório que o SERPRO necessita de profissionais em diversos setores para suprir as novas demandas que estão surgindo. Sabe-se, inclusive, de grandes preocupações por parte da empresa com a possível perda de profissionais por conta das adesões ao PDV.

No dia de hoje (18/11), a representação dos trabalhadores reiterou a solicitação de reunião com a empresa para tratar deste tema tão relevante para a vida dos trabalhadores. Fundamentamos o pedido em cláusula prevista no instrumento coletivo que versa, justamente, sobre a realização de reuniões entre as partes para tratar de assuntos dessa natureza, considerando exatamente o impacto de tais decisões acarretam na vida dos trabalhadores.

Outro dado que chama a atenção é o fato de que, na mesma nota, a empresa cita que encerrou em definitivo a modalidade do teletrabalho, medida tomada em Fevereiro, menos de um mês antes do início da pandemia. E para piorar a situação, circula um vídeo do diretor presidente da empresa sr. Gileno Barreto, em que ele afirma que a legislação brasileira não prevê a modalidade de teletrabalho e, por isso, a empresa estaria impedida de retomar neste momento. Pasmem! Esta informação foi divulgada pelo presidente do SERPRO, que é advogado. Ele cita que, com a perda da vigência da MP 927/2020, não há previsão legal para tal modalidade.

É de causar espanto que a empresa tenha se adequado rapidamente às novas regras trazidas pelas reformas Trabalhista e Previdenciária, mas tenha se esquecido de um capítulo inteiro na CLT que versa sobre Teletrabalho – incluído pela mesma Lei. 13.467, de 13/7/2017, que ficou amplamente conhecida como Reforma Trabalhista. Recomendamos fortemente a leitura dos artigos 75-A a 75-E da CLT, para que a empresa possa compreender que a MP 927/2020, citada fonte normativa autorizadora do Teletrabalho, apenas flexibilizou as regras já contidas e plenamente vigentes na CLT. Ao que nos parece, a empresa apenas considera as normas que interessam a ela. Quanto às demais, finge não conhecer.

Também queremos alertar que o SERPRO, assim como a DATAPREV, vive um processo de privatização e desmonte de suas estruturas com o fechamento dos escritórios, ameaça de fechamento de regionais, PDVs e risco nítido de demissões. Não nos calaremos, exigimos respeito aos trabalhadores que se dedicam, há muitos anos, a fazer do SERPRO a maior e mais lucrativa empresa da TI pública brasileira!

 

Sindppd/RS e Sindpd/SC/FNI, FENADADOS e sindicatos filiados

 


 

terça-feira, 17 de novembro de 2020

SERPRO ajuda no restabelecimento dos sistemas do STJ atacados por hackers. Defenda a empresa pública, não à privatização!

 


O STJ (Superior Tribunal de Justiça) informou, em nota oficial, que passados nove dias do ataque hacker à rede de informática do órgão, o trabalho de recuperação dos sistemas apresenta cenário positivo além do previsto. O presidente do tribunal, ministro Humberto Martins, afirmou que as principais ferramentas estão praticamente restauradas, o que possibilita a retomada de todas as atividades da Corte – remota ou presencialmente, inclusive a realização das sessões de julgamento.

A nota descreve que desde a terça-feira (10/11), o Portal do STJ restabeleceu suas funcionalidades mais acessadas, entre elas os serviços de consulta processual e consulta de jurisprudência e o Portal da Intimação Eletrônica. Também voltou a funcionar a página da Intranet, a rede de telefonia, o serviço de peticionamento eletrônico (inclusive o utilizado pelo Ministério Público Federal) e o sistema de geração de guias para recebimento de custas judiciais e de preparo.

Na quarta-feira (11/11), retornou o Sistema do Pró-Ser (que faz a interface com a rede credenciada do plano de saúde dos servidores do STJ) e o Diário de Justiça eletrônico (DJe) voltou a ser disponibilizado. A autuação dos processos está sendo restabelecida gradativamente, priorizando processos urgentes como habeas corpus e mandados de segurança. Estão sendo realizadas trocas das chaves de acesso por senhas fortes e com procedimentos de dupla autenticação para acesso aos sistemas pelos servidores e ministros.
 Clique neste link para ver a nota do STJ na íntegra: https://www.convergenciadigital.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?UserActiveTemplate=site&infoid=55443&sid=18

Todo este trabalho incessante de restabelecimento da segurança da rede e da recuperação dos dados é realizado pela equipe técnica de TI do órgão, com a colaboração de uma força tarefa composta pelo Comando de Defesa Cibernética do Exército e pelo SERPRO. Mais uma vez, a importância das empresas públicas de TI fica evidente e contrasta com o fato de que o SERPRO está entre as estatais que o Governo Bolsonaro quer privatizar.

Este gravíssimo ataque hacker ao STJ e outros órgãos expôs o erro da terceirização e da privatização na TI pública.
 
Embora os sistemas estejam sendo recuperados, milhões de dados e informações sigilosas do STJ, dos cidadãos e de empresas estão nas mãos de hackers. Segurança na TI é coisa muito séria e necessita de pesados investimentos tecnológicos e de pessoal. Tentar “economizar” muitas vezes sai caro, como infelizmente nos mostrou este ataque hacker.

 

Vamos defender e fortalecer as empresas públicas de TI.

Não ao desmonte e à privatização do SERPRO e da DATAPREV!

Mais investimento e concurso público!

 

 

Sindppd/RS

 

terça-feira, 10 de novembro de 2020

Gravíssimo ataque hacker ao STJ e outros órgãos expõe o erro da terceirização e da privatização na TI pública


Desde o dia 5 de Novembro, alguns portais de notícia vêm informando um grave ataque hacker contra o STJ (Superior Tribunal da Justiça). Logo a seguir, vários veículos da mídia comercial nacional reportaram o fato, que foi confirmado pelo STJ, e também noticiaram que ocorreu invasão hacker em sistemas do Ministério da Saúde e da Secretaria de Economia do Governo do Distrito Federal (GDF). A Polícia Federal investiga se há relação entre os ataques aos diferentes órgãos públicos federais, de Brasília e outros estados.

O ataque hacker ao STJ está sendo classificado como o pior no país. Embora a notícia tenha vazado à mídia somente na 5ª feira (5/11), o problema foi constatado pelos técnicos do STJ dois dias antes, na 3ª feira (3/11) à tarde, quando ocorreu uma indisponibilidade do sistema que determinou a interrupção dos julgamentos por vários dias. Segundo um relatório da área de tecnologia do STJ obtido pela TV Globo, a falha foi ocasionada por um ataque cibernético, o qual comprometeu a integridade dos arquivos do sistema. Desde o ataque até hoje (9/11), todos os sistemas da Corte estavam inoperantes, incluindo comunicações por e-mail.

O portal O Bastidor trouxe ainda a informação de que se trata de um ramsomware, quando hackers sequestram importantes bases de dados e apenas devolvem o acesso em troca de dinheiro.  De acordo com uma fonte ouvida pelo portal, a situação é gravíssima, pois toda a base de dados do tribunal foi criptografada e os dados dos cidadãos e funcionários da Corte estão nas mãos dos hackers. São milhares de dados e informações sigilosas de pessoas, de empresas e de governos que foram citados ou são alvo de processos judiciais no STJ, bem como resultados de decisões judiciais, que estão nas mãos de hackers.

 

A privatização e a terceirização devem ser combatidas. TI pública garante segurança e soberania tecnológica ao país

Não é a primeira vez, e nem será a última, que ocorrerão ataques aos dados em órgãos públicos se continuarem as terceirizações, desmontes e privatização da TI pública nos diferentes órgãos e nas empresas públicas como SERPRO e DATAPREV – em nível nacional – e na TI pública nos estados e municípios.

Na 6ª feira (6/11), uma matéria exclusiva do O Bastidor aponta que serviços fundamentais de TI do STJ (Superior Tribunal de Justiça), entre eles o de cibersegurança, estão terceirizados à empresa Globalweb. A empresa teria, ao menos, dois contratos com o órgão, sendo a responsável por garantir a segurança dos sistemas do STJ, incluindo a proteção do banco de dados, que foi criptografado pelos hackers.

O portal traça a relação da proprietária da empresa com um assessor da família do presidente Jair Bolsonaro, que ficou famoso nas investigações do caso Fabrício Queiroz e das “rachadinhas”. Também aponta que a empresa Globalweb obteve numerosos e lucrativos contratos nos últimos anos junto a órgãos públicos de Brasília, mesmo com a sua proprietária tendo sido acusada sistematicamente de corrupção e fraudes em licitação no decorrer das últimas décadas.

 

Leia a matéria na íntegra neste link >>  https://obastidor.com.br/justica/empresa-ligada-a-wassef-cuida-da-ciberseguranca-do-stj-30

 

O DATASUS, que cuida dos sistemas de TI do Ministério da Saúde, o qual também foi atingido por ataque hacker, está terceirizado.

Temos vários casos em nível nacional, estadual e nos municípios que revelam irregularidades e danos à população em contratos de terceirização. Infelizmente, muitas concorrências são utilizadas para beneficiar empresas de correligionários políticos ou como moeda de troca de favores.

Na área da TI pública não tínhamos muitas ocorrências porque ainda existem fortes e sólidas empresas PÚBLICAS nacionais, como o SERPRO e a DATAPREV, estaduais (como a PROCERGS, PRODEMGE etc.) e até municipais (como a PROCEMPA em Porto Alegre) de alta qualidade técnica e que prestam bons serviços, com segurança e com planejamento, à população. Em mais de 40 anos dessas empresas públicas, não temos um ÚNICO registro de vazamento de informação ou de danos imensos, como este que ocorreu no STJ, devido a ataque hacker.

Ao invés de fortalecer as empresas públicas de TI e expandir suas atuações nas áreas públicas, os governos sucateiam e querem privatizá-las para que o setor privado lucre com os dados do país e dos seus cidadãos. Imagine os dados previdenciários da população, da arrecadação dos governos e as informações pessoais (desde o nascimento até a morte de cada brasileiro) em mãos erradas! Informação é poder, e pode ser transformada em muitos milhões de reais como mostram os hackers que atacaram o STJ!

 

Por isso, vamos defender e fortalecer as empresas públicas de TI.

Não ao desmonte e à privatização do SERPRO e da DATAPREV!

Mais investimento e concurso público!

 

Sindppd/RS