SERPRO e DATAPREV estão sob intervenção privatista. Resistir em defesa da soberania do Brasil e dos nossos empregos!

Os passos dados até agora pelas direções do SERPRO e da DATAPREV, juntamente com o governo federal, não deixam dúvidas: está tudo combinado e sendo milimetricamente ajustado entre eles, com o aval do secretário especial de Desestatização, Salim Mattar, e do ministro da Economia Paulo Guedes. Aliás, o sr. Salim sabe tanto de Tecnologia da Informação que chegou a comparar o SERPRO e a DATAPREV a um banco; para eles, os mais de 5 mil sistemas processados pelas duas empresas são coisas simples que qualquer um faz e que o sigilo é o mesmo de um banco, mas quem os assessora nesta trágica tarefa sabe que isso é MENTIRA. O fato é que o governo construiu um plano de desmonte das empresas e está colocando em prática, pois  pretende deixar as empresas "enxutas" o mais rápido possível para garantir uma privatização rápida e sem muitos desgastes para estes senhores milionários e bilionários.


NÃO ao fechamento de 20 escritórios da DATAPREV e as demissões!

Na DATAPREV, estão convidando alguns trabalhadores que, por enquanto interessam para a empresa, para se transferirem dos escritórios para as UDEs. Para a grande maioria dos trabalhadores, o convite será para demissão mesmo, pois a empresa pretende fechar 20 escritórios, sem dó nem piedade. No SERPRO, as medidas devem seguir o mesmo script, pois já reduziram as verbas para transferências e estão programando tirar os Centros de Dados de SP e RJ. Em breve, teremos conhecimento de outras medidas como possibilidade de demissão em massa, fechamento de regionais e um longo etc.

Se algum colega ainda tem dúvidas, pergunte-se por que um governo colocaria senhores endinheirados acostumados a comprar, fazer fusões e vender empresa, e que ganhavam muito dinheiro com isso - como é o caso do sr. Caio e da sra. Cristina - a presidirem empresas complexas, com longa história e tradição e que não remuneram como eles estão acostumados. Vale lembrar do dia que o sr. Caio se apresentou no SERPRO via videoconferência: falou no máximo uns 10 minutos, se autoelogiou e encerrou o monólogo mandando todo mundo trabalhar. Um linguajar de empresário privado acostumado a mandar, sem nenhuma cerimônia. Alguns colegas desavisados acharam o máximo, enfim um homem de trabalho e competente!


Interventores pró desmonte e privatização é o que temos no SERPRO e na DATAPREV  hoje

Não, eles não são diretores das nossas empresas, eles são INTERVENTORES, foram designados para cumprir o papel de desmontar e privatizar o SERPRO e a DATAPREV. Eles não estão preocupados em saber se vai dar certo ou errado e nem na repercussão ao falar mal dos trabalhadores e ao tentar destruir a moral dos colegas mais antigos, que detêm o conhecimento dos nossos serviços. Eles não estão preocupados com os trabalhadores mais novos, que apostaram numa carreira em duas empresas de alta tecnologia e competentes para cumprir seu papel na TI pública, em duas empresas que detêm conhecimento, são extremamente confiáveis e prestam um serviço com continuidade mesmo, sem muitas vezes, receber em dia pelos serviços prestados.

Os interventores ligaram a máquina da destruição e querem passar por cima de todas e de todos, esta é a decisão já tomada, e se depender deles não irão arredar pé, pois estão nas nossas empresas para isso. De forma assustadora, já deixaram entrar empresas como a AMAZON e outras privadas para começar a conhecer o nosso dia a dia. Isso, sem falar da "parceria" com o Google e o seu "Team Works", que o SERPRO está ajudando a expandir para todo o governo federal, com argumentos de eficiência.



Que triste papel estão cumprindo funcionários de carreira em postos de diretoria e outros cargos importantes

A pergunta que alguns colegas se faziam nos corredores do SERPRO era: como um diretor, general, vai permitir o desmonte e a privatização do SERPRO? Hoje, temos a resposta: ele também acha que o SERPRO é igual a um banco! Os militares, apesar de seus ternos verde oliva, não defendem a soberania do país já faz algum tempo. Mas e os diretores funcionários da casa, como podem permitir este desmonte, como aceitaram de bom grado serem auxiliares na destruição do patrimônio que levou 55 anos, no caso do SERPRO, e 45 anos, no caso da DATAPREV, para serem construídas? Será que acham que serão beneficiados com a privatização? Enganam-se, pois serão os próximos quando só restar apagar a luz.

Já sabemos que a privatização rende bem para alguns poucos, mas para a grande maioria é só desgraça. A desgraça ainda maior será quando tudo der errado e não haver empresa pública para pegar os serviços de volta, pois todos sabemos que vai dar errado, como já aconteceu lá atrás no caso da privatização da DATAMEC ou mesmo a terceirização em massa dos serviços do SERPRO por meio da portaria 278 do Pedro Malan/FHC. A grande diferença é que lá traz tínhamos o SERPRO e a DATAPREV públicos. No entanto, se depender deste governo e seus interventores indicados, não vai sobrar nada. Em vários países do mundo a TI é pública e não faz muito tempo que a Itália reestatizou sua TI.

Vamos permitir que eles destruam estes dois gigantes da TI brasileira, que acabem com a soberania do nosso país, que enriqueçam um bando de sanguessugas? Ou vamos nos rebelar e exigir que parem de destruir as empresas, a nossa soberania e a vida de mais de 12 mil trabalhadores das duas empresas? Toda a solidariedade aos colegas da DATAPREV, que já estão sofrendo a pior pressão das suas vidas com as últimas notícias de quinta e de sexta-feiras.



Vamos reagir ou vamos aceitar? O jogo apenas começou, os trabalhadores são quem detêm o conhecimento do processo, não podemos abrir mão

Assembleias nesta semana no SERPRO e na DATAPREV até o dia 28 de Novembro para organizar um calendário de ações unificadas nacionalmente e, no dia 3 de Dezembro, vamos comemorar o aniversário do SERPRO, uma das mais antigas e respeitadas empresas de TI do nosso país e da América Latina, juntos!