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A FNI é o instrumento alternativo de organização e de luta que os trabalhadores de TI do Brasil estão construindo. Uma frente que defenda os interesses dos trabalhadores e independente de governos e das empresas.

terça-feira, 10 de novembro de 2020

Gravíssimo ataque hacker ao STJ e outros órgãos expõe o erro da terceirização e da privatização na TI pública


Desde o dia 5 de Novembro, alguns portais de notícia vêm informando um grave ataque hacker contra o STJ (Superior Tribunal da Justiça). Logo a seguir, vários veículos da mídia comercial nacional reportaram o fato, que foi confirmado pelo STJ, e também noticiaram que ocorreu invasão hacker em sistemas do Ministério da Saúde e da Secretaria de Economia do Governo do Distrito Federal (GDF). A Polícia Federal investiga se há relação entre os ataques aos diferentes órgãos públicos federais, de Brasília e outros estados.

O ataque hacker ao STJ está sendo classificado como o pior no país. Embora a notícia tenha vazado à mídia somente na 5ª feira (5/11), o problema foi constatado pelos técnicos do STJ dois dias antes, na 3ª feira (3/11) à tarde, quando ocorreu uma indisponibilidade do sistema que determinou a interrupção dos julgamentos por vários dias. Segundo um relatório da área de tecnologia do STJ obtido pela TV Globo, a falha foi ocasionada por um ataque cibernético, o qual comprometeu a integridade dos arquivos do sistema. Desde o ataque até hoje (9/11), todos os sistemas da Corte estavam inoperantes, incluindo comunicações por e-mail.

O portal O Bastidor trouxe ainda a informação de que se trata de um ramsomware, quando hackers sequestram importantes bases de dados e apenas devolvem o acesso em troca de dinheiro.  De acordo com uma fonte ouvida pelo portal, a situação é gravíssima, pois toda a base de dados do tribunal foi criptografada e os dados dos cidadãos e funcionários da Corte estão nas mãos dos hackers. São milhares de dados e informações sigilosas de pessoas, de empresas e de governos que foram citados ou são alvo de processos judiciais no STJ, bem como resultados de decisões judiciais, que estão nas mãos de hackers.

 

A privatização e a terceirização devem ser combatidas. TI pública garante segurança e soberania tecnológica ao país

Não é a primeira vez, e nem será a última, que ocorrerão ataques aos dados em órgãos públicos se continuarem as terceirizações, desmontes e privatização da TI pública nos diferentes órgãos e nas empresas públicas como SERPRO e DATAPREV – em nível nacional – e na TI pública nos estados e municípios.

Na 6ª feira (6/11), uma matéria exclusiva do O Bastidor aponta que serviços fundamentais de TI do STJ (Superior Tribunal de Justiça), entre eles o de cibersegurança, estão terceirizados à empresa Globalweb. A empresa teria, ao menos, dois contratos com o órgão, sendo a responsável por garantir a segurança dos sistemas do STJ, incluindo a proteção do banco de dados, que foi criptografado pelos hackers.

O portal traça a relação da proprietária da empresa com um assessor da família do presidente Jair Bolsonaro, que ficou famoso nas investigações do caso Fabrício Queiroz e das “rachadinhas”. Também aponta que a empresa Globalweb obteve numerosos e lucrativos contratos nos últimos anos junto a órgãos públicos de Brasília, mesmo com a sua proprietária tendo sido acusada sistematicamente de corrupção e fraudes em licitação no decorrer das últimas décadas.

 

Leia a matéria na íntegra neste link >>  https://obastidor.com.br/justica/empresa-ligada-a-wassef-cuida-da-ciberseguranca-do-stj-30

 

O DATASUS, que cuida dos sistemas de TI do Ministério da Saúde, o qual também foi atingido por ataque hacker, está terceirizado.

Temos vários casos em nível nacional, estadual e nos municípios que revelam irregularidades e danos à população em contratos de terceirização. Infelizmente, muitas concorrências são utilizadas para beneficiar empresas de correligionários políticos ou como moeda de troca de favores.

Na área da TI pública não tínhamos muitas ocorrências porque ainda existem fortes e sólidas empresas PÚBLICAS nacionais, como o SERPRO e a DATAPREV, estaduais (como a PROCERGS, PRODEMGE etc.) e até municipais (como a PROCEMPA em Porto Alegre) de alta qualidade técnica e que prestam bons serviços, com segurança e com planejamento, à população. Em mais de 40 anos dessas empresas públicas, não temos um ÚNICO registro de vazamento de informação ou de danos imensos, como este que ocorreu no STJ, devido a ataque hacker.

Ao invés de fortalecer as empresas públicas de TI e expandir suas atuações nas áreas públicas, os governos sucateiam e querem privatizá-las para que o setor privado lucre com os dados do país e dos seus cidadãos. Imagine os dados previdenciários da população, da arrecadação dos governos e as informações pessoais (desde o nascimento até a morte de cada brasileiro) em mãos erradas! Informação é poder, e pode ser transformada em muitos milhões de reais como mostram os hackers que atacaram o STJ!

 

Por isso, vamos defender e fortalecer as empresas públicas de TI.

Não ao desmonte e à privatização do SERPRO e da DATAPREV!

Mais investimento e concurso público!

 

Sindppd/RS

 

Um comentário:

  1. Excelente matéria, muito esclarecedora.
    Ficamos bastante preocupados quando este tipo de "incidente" ocorre.
    Belíssima matéria com muita informação.
    Obrigado por compartilhar conosco, já sou fã aqui do blog, sempre entro pra ver as novidades.
    Att. Webcelulares.

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