Se alguém achava que a saída de Caio Mario Paes de Andrade da presidência do SERPRO era uma boa notícia, pois poderia estancar o desmonte e a privatização da empresa, errou. Várias OLTs, sindicatos, a FNI e a FENADADOS, bem como colegas mais experientes em relação aos jogos políticos, viam essa mudança de papel do sr. Caio com muita desconfiança. Estavam certos, infelizmente.
A ida de Caio Paes de Andrade para substituir Paulo Uebel na Secretaria Especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital vem acelerando o processo de privatização da empresa. Como bem observaram alguns trabalhadores, e foi noticiado no site Convergência Digital, o governo federal e a direção do SERPRO têm tido reuniões quase que semanais com outros órgãos, inclusive o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para tratar da pauta "Aceleração do PND [programa nacional de desestatização] para SERPRO e DATAPREV".
O portal CD apurou ainda que o secretário Caio Andrade tem se reunido com representantes do governo dos EUA (Estados Unidos) para tratar de pautas econômicas. "Coincidentemente", um desses encontros ocorreu na 5ª feira (8/10), um dia antes da reunião do governo e da direção do SERPRO sobre a privatização da empresa.
Fica cada vez mais evidente que o governo federal pretende efetivar a privatização do SERPRO e da DATAPREV. Inclusive, está tomando várias medidas, mesmo sem ter ainda passado por votação no Congresso Nacional, onde deverá encontrar resistência devido à articulação dos trabalhadores com parlamentares. E está cada vez mais comprovado o que as OLTs, os sindicatos e a maioria dos trabalhadores vêm dizendo há muito tempo: que há interesses grandes envolvidos nesses processos, inclusive de empresas transnacionais, querendo abocanhar o nicho hoje ocupado pelas empresas públicas de TI junto ao governo federal.
O desmonte e a venda da empresa avançam enquanto os trabalhadores do SERPRO prosseguem produzindo muito e inovando. São várias entregas novas em meio à pandemia, que têm ajudado a preservar vidas. O governo federal se aproveita dessa situação, pois agrega mais valor numa privatização da empresa. Querem saquear o país e entregar nossas riquezas e nossas informações sem nenhum tipo de preocupação. É gente preparada para lucrar a qualquer custo, apesar dos sorrisos amarelos e do faz de conta que criam em seus comunicados.
Está mais do que na hora, colega, de organizarmos com força a retomada da luta em defesa do SERPRO e da DATAPREV públicos. Precisamos de uma grande jornada, apesar de ainda estarmos em pandemia, pois o governo entreguista e destruidor da soberania nacional não parou um dia sequer de planejar a destruição do patrimônio incalculável que são os dados que guardam as nossas empresas públicas de TI. Também estão preparando a privatização dos CORREIOS e de várias outras empresas fundamentais para o país.
Não podemos nos iludir achando que se mostrarmos "trabalho" não seremos demitidos. Basta ver o que aconteceu com a privatização da DATAMEC no final dos anos 90: além da destruição da empresa e das demissões em massa, a empresa UNISYS, compradora da DATAMEC, passou a ameaçar o governo de parar os serviços caso não recebesse os exorbitantes valores que exigia (CLIQUE AQUI para relembrar). Para cortar custos e ampliar lucros, muitos serão demitidos se a empresa for privatizada.
Organizar ações contra a privatização!
Vem pra luta em defesa do SERPRO e da DATAPREV!
Sindppd/RS
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