Governo federal, em parceria com a DATAPREV (empresa pública de TI da Previdência Social) e a Caixa Federal, lançou nessa 3ª feira (7/04) o aplicativo CAIXA|Auxílio Emergencial. O programa é para cadastramento dos trabalhadores informais que não estão inscritos em programas sociais, mas serão beneficiados pelo auxílio emergencial de R$ 600,00 e de R$ 1.200,00 para mães chefes de família em decorrência da perda de renda devido aos impactos econômicos com a pandemia do Coronavírus.
Embora os MEI (microempreendedores individuais) e os contribuintes do INSS já estejam inscritos na base de dados do governo, a Caixa Econômica Federal e o Ministério da Cidadania recomendam baixar o aplicativo para ajustar dados, como a renda familiar. O aplicativo avisará caso o CPF do trabalhador já esteja inscrito no CadÚnico; se estiver, não precisará prosseguir com o cadastro, pois receberá o benefício automaticamente, assim como os beneficiários do Bolsa Família.
O auxílio emergencial foi aprovado pelo Congresso Nacional no início de Abril, sob a lei 13.982/20, e será concedido durante 3 meses. A estimativa do governo é de sejam beneficiados cerca de 54 milhões de trabalhadores informais, microempreendedores individuais (MEI), autônomos, desempregados e beneficiários do Bolsa Família em todo o país.
Os trabalhadores informais que não estão inscritos em programas sociais constituem o único grupo do qual o governo federal não tem informações. Especialmente por isso foi criado este aplicativo novo da Caixa Federal para cadastramento. Os demais grupos já constam em bases de dados do governo, que estão sendo cruzados e processados incessantemente pelos colegas da DATAPREV para que sejam identificados os beneficiados de acordo com a lei.
Na entrevista coletiva concedida na manhã de ontem para lançamento do novo aplicativo, tanto o presidente da DATAPREV, Gustavo Canuto, como o ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, ressaltaram a alta complexidade do processo feito pelos trabalhadores da DATAPREV para identificar os beneficiados do auxílio emergencial e agradeceram o empenho dos colegas.
E não é para menos. Afinal, em menos de uma semana, trabalharam dia e noite cruzando dados do CadÚnico (Cadastro Único), com 75 milhões de registros em sua base de dados; do CNIS (Cadastro Nacional de Informações Sociais), que contém 33 bilhões de registros; e das secretarias do Trabalho, da Previdência Social e da Receita Federal - enfim, tiveram que varrer todas as bases do governo que têm alguma política pública. E à medida que os informais se cadastrarem neste aplicativo novo da Caixa Federal, as informações também serão processadas pela DATAPREV.
Como exemplo da complexidade, o presidente da DATAPREV citou a varredura das pessoas que estão inscritas no CadÚnico, mas fora do Bolsa Família - pois pela lei, as famílias que recebem o pagamento de outro benefício social além do Bolsa Família não poderão ser beneficiadas com o auxílio emergencial referente à pandemia do COVID-19. "Apenas o cruzamento desses dados levou 14 horas de processamento em servidores modernos no datacenter da DATAPREV", disse Canuto na coletiva.
E todo esse trabalho feito sem cobrar nenhum dinheiro, pois a DATAPREV é uma empresa pública de TI do governo federal.
ESTA É A EMPRESA QUE O GOVERNO BOLSONARO ESTÁ DESMONTANDO E PODE PRIVATIZAR. VALORIZE A DATAPREV, EMPRESA PÚBLICA DE TI!
Esta competente e dedicada DATAPREV, movimentada por seus trabalhadores competentes tecnicamente e que estão sempre à disposição da população brasileira, está sendo desmontada e sucateada pelo Governo Bolsonaro desde o final de 2019. Os 20 escritórios regionais da empresa nos estados foram fechados e quase 500 trabalhadores seriam demitidos, se a categoria e os sindicatos representantes não se organizassem e protestassem. Os colegas fizeram uma forte greve de 20 dias em todo o país, mobilizando até mesmo as 6 unidades de desenvolvimento e os datacenters que ainda são mantidos pelo governo, e conseguiram que parte dos demitidos fossem absorvidos por outros órgãos federais.
No entanto, ainda há trabalhadores dos escritórios regionais que estão sem para onde ir, aguardando cessão para outros órgãos. Um desrespeito para com os trabalhadores!
O futuro da empresa é bastante incerto. Com o enxugamento e desmonte da estrutura que a DATAPREV tinha, cogita-se que o próximo passo do governo federal será a privatização. Empresas gigantes da TI mundial, como o GOOGLE, IBM e a Microsoft, estão de olho na DATAPREV e no SERPRO, empresa pública federal de TI ligada à Receita Federal. Querem abocanhar todo o conhecimento e sistemas desenvolvidos pelos trabalhadores da DATAPREV e do SERPRO para ganhar dinheiro vendendo estes mesmos serviços ao governo federal.
Se o governo federal reconhece mesmo a importância da DATAPREV, deveria parar com o desmonte e a privatização. Fala uma coisa na entrevista coletiva e, longe das luzes das câmeras da mídia, faz o contrário, destruindo esta empresa sólida e demitindo os trabalhadores para atender a interesses de grandes empresários da TI!
Não à privatização da DATAPREV e do SERPRO!
Não às demissões!
OLTs e sindicatos que constroem a FNI
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