O cenário já vinha se desenhando há alguns meses, a portas fechadas, sem debates sequer no Conselho de Administração do SERPRO e, muito menos, com os trabalhadores e suas representações. As videoconferências, que fizeram história na empresa e serviram para as diferentes direções que passaram pelo SERPRO explanar seus projetos, não ocorrem mais. Agora, são breves monólogos com piadas infantis ou ataques sórdidos aos trabalhadores.
Em menos de 10 dias, antes dos feriados de natal e final de ano, o SERPRO agiu de forma extremamente cruel, com fatos consumados, criando desespero em centenas de trabalhadores e colocando, inclusive, a empresa em risco. Mas é bom saber que isso faz parte do script dos dirigentes que o atual governo escolheu para desmontar duas empresas de TI públicas eficientes, com alta capacidade técnica e profissionais extremamente dedicados.
A mais recente notícia foi repassada aos trabalhadores que prestam serviço nas redes da Receita Federal, por telefone, no final da última sexta-feira, e informava simplesmente que a partir desta segunda-feira (6/01/20) os funcionários não deveriam mais ir aos locais de trabalho e esperar por novas orientações em casa. Outras terríveis notícias apareceram poucos dias antes do Natal: vendas de prédios das regionais (o primeiro será o do Andaraí, no RJ, e depois virão outros), informações de fechamento de regionais e escritórios, fim do serviço de certificação digital etc.
Na DATAPREV, a situação é a mesma. A direção da empresa, a serviço dos interesses privados, vem tomando medidas de esvaziamento e de desmonte e preparando o fechamento de escritórios, rumo à privatização.
Precisamos começar a virar o jogo. É hora de mostrar quem somos e porque transformamos a TI pública brasileira em exemplo de profissionalismo e competência para o mundo!
É hora de reagir! Vamos fazer assembleias em todas as regionais e nos escritórios nestas 4ª e 5ª feiras no SERPRO e na DATAPREV!
O Salim, o Guedes, o Caio, a Cristina, o Paulo Uebel - todos interessados diretamente na destruição das nossas empresas - estão agindo de forma acelerada e sem nenhuma responsabilidade com a guarda das informações da população, com a soberania tecnológica do país e, muito menos, com o emprego de quase 12 mil trabalhadores, pois querem implementar o desmonte visando garantir a privatização das empresas.
Pauta das assembleias:
1) AÇÕES JURÍDICAS: organizar um grupo de advogados com experiência em ações contra a privatização, composto por Sávio Lobato, advogado da FENADADOS; Aderson Bussinger, advogado da FNI; e os advogados Filipe Santa Cruz e Eugênio Aragão, que irão estruturar um conjunto de ações para questionar o projeto de desmonte que vem sofrendo as empresas SERPRO e DATAPREV. É importante lembrar que, até o momento, o SERPRO não respondeu ao requerimento protocolado pela FENADADOS e pelos sindicatos do RS e de SC em relação à terceirização, vendas dos prédios, fechamento dos escritórios e das regionais e o encerramento da prestação de serviço em certificação digital;
2) CONVOCAÇÃO DE ASSEMBLEIAS e preparação da mobilização: nestas 4ª e 5ª feiras, 8 e 9 de Janeiro, vamos realizar assembleias em todo os estados para dar início a uma grande campanha nacional de ações e de mobilizações (uso de balões nas estações de trabalho e das camisetas da campanha) rumo à preparação de paralisações e da greve geral contra o desmonte das empresas, já dando início à preparação da Campanha Salarial;
3) AÇÃO PARLAMENTAR, no sentido de preparar uma bateria de denúncias e iniciativas logo que a Câmara Federal e o Senado retornem do recesso. Buscar a convocação do Salim Mattar para que apresente, aos parlamentares, as motivações para privatizar duas empresas essenciais ao país;
4) FINANÇAS PARA GARANTIR AS AÇÕES NA ÁREA JURÍDICA: iniciar, urgentemente, uma campanha na base para recolher contribuições financeiras. A FENADADOS e o Sindppd/RS se dispõem a abrir uma conta bancária conjunta especial para este fim ou, até mesmo, fazer uma "vaquinha online" (o que for mais fácil), sempre garantindo total transparência nas informações e controle dos gastos por meio de uma equipe composta por OLTs e por colegas interessados. O desafio é arrecadar, no mínimo, R$ 50 mil, e como somos em torno de 12 mil trabalhadores nas duas empresas, este valor é bem possível de ser alcançado. Podemos contar com você?
5) SITUAÇÃO DOS TRABALHADORES QUE PRESTAM SERVIÇO À REDE DA RECEITA FEDERAL: está sendo enviado ofício para o SERPRO solicitando reunião para tratar sobre os procedimentos impostos aos trabalhadores por parte da empresa. Defendemos a garantia de seus empregos e a manutenção dos serviços.
Sindppd/RS e Sindpd/SC/FNI e FENADADOS
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